Jorginho junta-se a Ronaldo e Pepe em lote restrito de super campeões

Jorginho junta-se a Ronaldo e Pepe em lote restrito de super campeões

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Jorginho junta-se a Ronaldo e Pepe em lote restrito de super campeões

Jorginho, apesar do pénalti falhado, foi uma das principais figuras da squadra azzurra e conseguiu feito que não está ao alcance de todos.

Artigo de Equipa Paraeles

12-07-2021

A Itália sagrou-se campeã europeia pela segunda vez na sua história, 53 anos depois da primeira conquista. Os comandados de Roberto Mancini venceram a Inglaterra, após a marcação de grandes penalidades. E continuam assim a incrível sequência de jogos sem perder que começou em 2018, após derrota com Portugal. Jorginho, médio do Chelsea, e apesar do pénalti falhado, foi uma das principais figuras da squadra azzurra e conseguiu feito que não está ao alcance de todos.

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O médio italiano faz parte do leque restrito de jogadores que conseguiu no mesmo ano ser campeão europeu de clubes e ao serviço da seleção. Em 1964 foi Luis Suárez (Inter e Espanha). Quatro anos depois seguiram-se Hans van Breukelen, Ronald Koeman, Berry van Aerle e Gerald Vanenburg (PSV Eindhoven e Países Baixos). Em  2012 Fernando Torres e Juan Mata (Chelsea e Espanha) juntaram-se ao grupo. E em 2016 calhou a vez a Cristiano Ronaldo e Pepe (Real Madrid e Portugal).

Em relação ao recorde de invencibilidade, e com o empate na final do Euro 2020, os italianos vão em 34 encontros sem conhecer o sabor da derrota e encontram-se apenas a dois do feito do Brasil, que entre dezembro de 1993 e janeiro de 1996 esteve invicta em 36 partidas consecutivas.

Jorginho preferiu Itália ao Brasil

Jorginho podia ter passado ao lado deste título europeu, caso tivesse optado por outra seleção. Havia interesse do Brasil, o país onde nasceu, e de Itália, a pátria que o recebeu de braços abertos quando aos 15 anos decidiu tentar a sorte na formação do Hellas Verona. E escolheu a “squadra azzurra”. “A seleção brasileira sempre vi como uma coisa muito distante, pelo facto de nunca ter atuado no país profissionalmente. Como a Itália me abriu as portas, não podia ser eu a fechá-las”, reconheceu. Ainda assim, confessa que chegou a vacilar. “O Edu Gaspar [ diretor de seleções da Confederação Brasileira de Futebol] ligou-me a contar que o Tite [selecionador brasileiro] estava a observar-me. Foi quando minha cabeça foi a um milhão. Eu deitava e colocava a cabeça no travesseiro, conversava com a minha esposa e perguntava-lhe: ‘meu Deus, o que eu vou fazer’?”.

Treinado pela mãe e dificuldades na infância

Jorginho nasceu e foi criado em Imbituba, no litoral Sul de Santa Catarina e cedo mostrou jeito para o futebol. Curiosamente, foi a mãe, Maria Tereza Freitas, quem lhe incutiu o gosto pela modalidade. “ A minha mãe jogava à bola e aprendi muito com ela. Aliás, ainda hoje ela joga e entende bastante. Levava-me para a praia com a bola e passávamos a tarde toda a jogar e a fazer trabalho técnico na areia”, conta.

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Entretanto, o pequeno Jorginho passou por alguns problemas. Quando tinha 6 anos, os pais separaram-se e a mãe passou a trabalhar como doméstica, enquanto o pai mudou de cidade. O gosto pelo futebol manteve-se e aos 13 anos foi selecionado por empresários italianos para um projeto futebolístico em Guabiruba, a 180 km da sua cidade. Ficou por lá durante dois anos, juntamente com outros 50 miúdos, mas nem tudo foi fácil. “Comia a mesma coisa três vezes por dia, faltava luz muitas vezes e o banho era frio”, contou. Ainda assim, a sua família não o deixou desistir e aos 15 anos apareceu a proposta do Hellas Verona e mudou-se para Itália.

Enganado pelo empresário

No entanto, em Itália, voltou a passar por uma situação pouco agradável. “Descobri que o meu empresário recebia 30 mil euros para colocar garotos no Verona. Eu quando lá cheguei, como juvenil, ganhava apenas 20 euros por semana, o que não dava para nada. Colocava cinco euros de crédito de telefone, uma carga de seis, que já dava 11 euros, produtos de higiene, que ia para 15 e o resto usava para entrar na internet falar com a família. Tudo isto durante um ano e meio”, conta, acrescentando: “Fiquei seis meses nos juvenis e um ano nos juniores. Passei a treinar com os profissionais e foi então que conheci o Rafael Pinheiro [guarda-redes titular do Hellas Verona na altura], que é quase um irmão para mim. Contei-lhe a minha história e ele não acreditou, entrou em desespero. A partir daí ele não me deixou faltar nada, apresentou-me o empresário dele [o português João Santos]”.

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Artigo de
Equipa Paraeles

12-07-2021



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