Existem datas que nunca se esquecem. No caso de Jakson Follmann, 28 de novembro de 2016 é uma delas. Foi nesse dia que o voo 2933 da LaMia se despenhou. A bordo seguia a equipa brasileira da Chapecoense, que se preparava para disputar um jogo histórico na Colômbia. Das 77 pessoas que seguiam a bordo da aeronave, 71 morreram. Jakson Follmann, então guarda-redes do clube, foi um dos sobreviventes.
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Devido à gravidade dos ferimentos, foi amputada parte da perna direita do jogador, hoje com 27 anos. Acabava assim, de forma trágica, uma carreira que passou sempre por clubes brasileiros. Mais de três anos depois de um dos piores acidentes da história do futebol, Jakson Follmann volta a estar em papel de destaque. Desta vez, pelos dotes vocais. O ex-jogador foi um dos concorrentes de PopStar, um concurso de talentos da Globo. Follmann fez tanto sucesso que até já se fala numa possível carreira profissional no mundo da música. “Estou a analisar, em conjunto com a minha família, algumas propostas e vamos decidir o melhor para mim. Houve alguns contactos”, começa por dizer ao UOL Esporte aquele que é o embaixador da Chapecoense.
“Estou a analisar, em conjunto com a minha família, algumas propostas”
Durante o concurso da televisão brasileira, Jakson Follmann destacou-se a dar voz a grandes sucessos da música sertaneja. O ex-jogador recebeu muito apoio nas redes sociais, tendo sido igualmente criticado. Com diversas vozes a defenderem que não merecia ser o vencedor de PopStar. E foram estas críticas que acabaram por ajudar o antigo guarda-redes. “Reagia muito bem até porque eu era minoria, e isso também me ajudou a chegar sempre ao palco e a dar o meu melhor nas apresentações. Sempre tive os pés no chão. Cada domingo era um desafio enorme, então dependia muito de como sobressais em cada performance. Era tudo muito improvável. Quando cheguei à final procurei focar-me e concentrar-me bastante”, explica.
“A música foi, é e sempre vai ser muito importante na minha vida”
E desenganem-se aqueles que pensam que a música é algo que surgiu na vida do ex-jogador depois do trágico acidente de aviação. Antes de ser um jogador profissional, Jakson Follmann já participava em espetáculos em Alecrim, a cidade que o viu nascer. “Sou de uma cidade de 6 mil habitantes e quando era criança cantei nuns quatro festivais de lá. Tinha uns oito, nove anos de idade. Lembro com muito carinho e tenho saudades dessa época. Sempre gostei muito da música e em querer aprender. Tínhamos uma bandinha de amigos, reuníamos-nos todos os sábados para ensaiar, era muito bom pois ali fazíamos o que gostávamos muito”, conta.
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Mas também é verdade que Jakson Follmann acabou por encontrar refúgio na música durante os tempos em que esteve internado no hospital na sequência do acidente. “Quando ficava muito agitado os meus familiares colocavam uma música para mim e acalmava-me. A música foi, é e sempre vai ser muito importante na minha vida”, conclui.
Fotos: Reprodução Instagram