Hakan Sukur, do golo mais rápido num Mundial de futebol a condutor de Uber

Hakan Sukur, do golo mais rápido num Mundial de futebol a condutor de Uber

Desporto

Hakan Sukur, do golo mais rápido num Mundial de futebol a condutor de Uber

Marcou o golo mais rápido de sempre num Mundial, mas atualmente Hakan Sukur conduz um Uber nos Estados Unidos da América para sobreviver.

Artigo de Bruno Seruca

13-01-2020

Vamos começar por viajar no tempo e falar do Mundial da Coreia/Japão que decorreu em 2002 e que foi de má memória para os portugueses. No dia 26 de junho desse ano, a Coreia do Sul e a Turquia entraram em campo para disputar o terceiro lugar da competição. O resultado final ficou em 3-2 para os turcos, mas disto quase ninguém se recorda. Aquilo que fica para a história é o golo mais rápido de sempre de um mundial, apontado por Hakan Sukur. O goleador turco só precisou de 10.8 segundos para colocar a bola no fundo das redes.

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O recorde mantém-se, mas faz parte do passado. Tal como a conquista de oito campeonatos turcos ao serviço do Galatasaray. Clube pelo qual também conquistou uma antiga Taça UEFA, cinco Taças da Turquia e ainda uma Supertaça. A isto junta-se mais uma Taça da Turquia, pelo Sakaryaspor e ainda uma Taça de Itália, quando representava o Parma. Sem esquecer as distinções individuais de um jogador que marcou 322 golos nos 689 jogos disputados ao longo da carreira.

Hakan Sukur marcou 322 golos ao longo da carreira

Olhando para este palmarés, seria expetável pensar que Hakan Sukur estaria agora, com 48 anos, a gozar uma bela reforma. Só que não. Atualmente, o ex-jogador conduz um Uber em Washington, Estados Unidos da América, para sobreviver. De acordo com as palavras do próprio, esta situação está relacionada com as opções políticas que tomou. E que são explicada numa entrevista à Focus.

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Hakan Sukur revela à publicação alemã que se juntou ao AKP, o partido de Recep Tayyip Erdogan, atual presidente turco. Até que tomou a decisão de sair da vida política, desiludido com os escândalos de corrupção. Foi então que passou a ter problemas. Os ativos foram congelados e o ex-jogador teve de fugir para os Estados Unidos da América, em 2015. Ainda assim, o pai do jogador acabou por ser detido. Sendo libertado por estar a lutar contra um cancro, doença que acabaria por matar os progenitores de Sukur.

“Estou a começar a trabalhar agora, não tenho nada em nenhuma parte do Mundo. O Erdogan tirou-me tudo”

Depois de fugir da Turquia, o antigo avançado decidiu não arrendar os imóveis que detinha. Opção justificada com o medo de que os inquilinos fossem alvo de represálias. Até fechou o café de que era dono nos Estados Unidos na sequência de intimidações de que foi alvo. “Estou a começar a trabalhar agora, não tenho nada em nenhuma parte do Mundo. O Erdogan tirou-me tudo, o meu direito à liberdade, o direito a me explicar, a me expressar, a trabalhar”, desabafa o homem que agora conduz um Uber. Acrescentando ainda que o partido tirou proveito da sua popularidade.

“Atiraram pedras à loja da minha mulher, os meus filhos foram assediados na rua, recebi ameaças depois de cada declaração que fiz”

“Atiraram pedras à loja da minha mulher, os meus filhos foram assediados na rua, recebi ameaças depois de cada declaração que fiz. Quando deixei o país prenderam o meu pai e tudo o que eu tinha foi confiscado. Todas as pessoas que estão relacionadas comigo passam por dificuldades financeiras”, relata. Durante a conversa, Sukur recorda ainda como eram as coisas quando decidiu juntar-se ao partido de Erdogan. “Na altura a Turquia era um país que estava em conformidade com os padrões da União Europeia e recebeu, inclusivamente, um grande investimento da Europa. Mas a política de Erdogan levou à rigidez e foi adotada uma política com orientação para o médio Oriente, em vez de ser para a Europa”, conclui.

Fotos: Reuters

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Artigo de
Bruno Seruca

13-01-2020



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