Guendouzi, o talentoso médio que farta-se de dar tiros nos pés

Guendouzi, o talentoso médio que farta-se de dar tiros nos pés

Desporto

Guendouzi, o talentoso médio que farta-se de dar tiros nos pés

O médio de 21 anos veio da II Divisão francesa e surpreendeu quando chegou ao Arsenal. Mas as polémicas não o largam.

Artigo de André Cruz Martins

15-07-2020

Matteo Guendouzi está a treinar afastado do plantel principal do Arsenal e deve deixar o clube no fim da época, de acordo com a imprensa inglesa. O mais recente caso de indisciplina do talentoso médio francês refere-se ao jogo com o Brighton (1-2). Durante o qual agarrou Maupay pelo pescoço e teve comentários depreciativos em relação aos salários dos adversários. Mattéo Guendouzi foi uma das grandes sensações da Liga inglesa em 2108/19. O médio francês de ascendência marroquina, com apenas 21 anos, era um perfeito desconhecido até rumar a Londres.

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Guedouzi tem a alcunha de David Luiz devido ao cabelo, muito parecido com o do central brasileiro, mas a comparação que faz mais sentido é com Adrien Rabiot, médio do PSG com quem se assemelha no estilo de jogo. Joga habitualmente nas posições 6 e 8 e destaca-se pela qualidade de passe, boa técnica e chegada à área contrária. Como ponto menos positivo, apresenta alguma fragilidade física, apesar dos seus 1,85 metros de altura.

A adepta que já fez sexo no meio do relvado. Veja o vídeo:

Do Arsenal desde pequenino

O jovem francês chegou ao Arsenal diretamente do segundo escalão francês. Onde representava o FC Lorient, tendo o seu passe custado 8 milhões de euros. Um salto gigantesco mas que não assustou o futebolista, que na sua apresentação como “gunner” revelou que o Arsenal sempre foi a equipa do seu coração e que tem na capacidade de passe a sua grande qualidade.

Guendouzi, o talentoso médio que farta-se de dar tiros nos pés

Mattéo começou a jogar no PSG com apenas 6 anos e por lá se manteve até aos 14, idade em que foi dispensado e se mudou para o FC Lorient, onde logo se assumiu como a grande figura, liderando a equipa à conquista do seu primeiro título de campeão nacional da história no escalão de juvenis. Jogou sempre no escalão acima da sua idade e estreou-se como profissional em outubro de 2016, com apenas 17 anos. E foi internacional francês nas camadas jovens. Loic Fery, presidente do FC Lorient, não lhe poupa elogios. “Ele adora, come, bebe e respira. Quando acabava o treino, ele ficava chateado, mesmo que durasse duas horas. E tem uma grande personalidade, rara num jogador tão jovem”, referiu na altura em que foi anunciado o surpreendente negócio com o Arsenal.

Três meses proscrito no Lorient FC

Apesar de sempre ter sido reconhecido como um jogador muito talentoso, o seu temperamento complicado tem-lhe trazido alguns dissabores. Por exemplo na época passada, não foi opção do treinador Mickael Landreau durante três meses, depois de um grave desentendimento que ambos tiveram ao intervalo de um jogo. A discussão foi muito feia, o médio já não regressou para a segunda parte e ficou o tal período de três meses de fora.

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O Lorient FC acenava-lhe há meses com propostas de renovação. Sempre recusadas e de acordo com alguma imprensa francesa, esse também poderá ter sido um dos motivos pelos quais foi “encostado”. Chegou a ser ponderada a sua venda em janeiro para a AS Roma. Mas acabou por ficar até ao final da temporada. O seu contrato terminava no verão e por isso estava livre para assinar por qualquer clube. Mas o Arsenal chegou a acordo com o Lorient FC e conseguiu levá-lo por 8 milhões de euros.

Excesso de auto-confiança?

Alex Hayes, antigo vice-presidente do FC Lorient, reconhece que o médio tem um feitio complicado. “Ele acredita tanto em si mesmo que fica indignado com alguém que não o coloca no mesmo pedestal que ele acredita que deveria ser colocado. Não é mau miúdo, mas essa crença profunda em si mesmo prejudica-o em algumas situações. O treinador chamou-o a atenção e o período que ficou de fora acabou por ser positivo e sem dúvida que melhorou a sua ética de trabalho”.

Disputado no defeso por alguns grandes clubes do futebol europeu, entre os quais Juventus, Borussia Dortmund e PSG, que o queria de volta, acabou por escolher o Arsenal. Para já, as coisas correm-lhe bem individualmente e deixou uma ótima impressão na estreia no campeonato, diante do Manchester City, reforçando o estatuto na sua equipa nos jogos que se seguiram.

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Artigo de
André Cruz Martins

15-07-2020



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