Griezmann e a noitada polémica que abriu-lhe as portas da seleção portuguesa

Griezmann e a noitada polémica que abriu-lhe as portas da seleção portuguesa

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Griezmann e a noitada polémica que abriu-lhe as portas da seleção portuguesa

O avançado tem ascendência lusa e há seis anos esteve muito perto de aceitar um convite da FPF para representar a seleção nacional.

Artigo de André Cruz Martins

29-06-2018

À partida para este Campeonato do Mundo, Antoine Griezmann era apontado como a grande esperança francesa para a conquista do troféu, 20 anos depois da única ocasião em que os “bleus” se sagraram campeões mundiais. No entanto, o avançado do Atlético de Madrid tem estado apagado e só marcou um golo em três jogos (de grande penalidade, com a Austrália). Por isso, tem sido alvo de algumas críticas por parte dos adeptos e da imprensa.

O futebolista de 27 anos pode começar a dar uma a resposta que se impõe este sábado, no primeiro jogo dos oitavos de final. E que melhor adversário do que a Argentina de Lionel Messi? Curiosamente, o camisola 10 dos “alvicelestes” é outra grande estrela que não tem estado ao nível esperado.

O craque francês recusou o FC Barcelona

Por falar em Messi, recordamos que Griezmann teve uma proposta do FC Barcelona para ser companheiro do argentino a partir de julho. Foram semanas a fio com notícias sobre o tema, com o próprio avançado francês a alimentar a especulação, até que na antevéspera da estreia francesa neste Mundial acabou com as dúvidas, revelando que disse não ao clube catalão. “Recebi uma mensagem do Atlético de Madrid com o projeto para as próximas épocas. É incrível os jogadores que querem trazer. De facto, estão a fazer um grande esforço para trazer jogadores de topo e por isso vou permanecer”, garantiu.

Antoine Griezmann quer assim atirar para trás das costas alguns episódios menos felizes que viveu na época passada e que foram revelados num documentário emitido pelo canal de televisão espanhol Cero. “Nos treinos conseguia cumprir os meus objetivos, mas nos jogos nem por isso. E quero muito ganhar a Liga dos Campeões por este clube, algo que ainda não consegui. Parece que é azar e que nos falta sempre alguma coisa”, lamentou. Ainda assim, contentou-se com um bom prémio de consolação, a Liga Europa, derrotando o Olympique Marselha na final.

No mesmo documentário, vários membros da sua família não tiveram problemas em falar numa eventual mudança para Barcelona, antes de ser conhecida a decisão de permanência. A sua irmã defendeu que no clube catalão ele “seria apenas mais um”, mas outros membros da família encorajam-no a mudar, “pois seria a diferença entre ser uma estrela ou não”.

Griezmann podia estar a jogar por Portugal

Griezmann tem ascendência portuguesa, mais propriamente da parte do avô, Amaro Lopes, antigo jogador de futebol na década de 50 e que representou o Paços de Ferreira, na altura chamado FC Vasco da Gama. Em 1957, Amaro emigrou para Macôn (França) com a mulher Carolina e tiveram cinco filhos. A filha Isabelle é a mãe do avançado, que ganhou o apelido Griezmann da parte do pai Alain. E foi no clube local de Macôn que começou a dar os primeiros pontapés na bola.

Em outubro de 2014, antes de França e Portugal se defrontarem em jogo particular, Antoine Griezmann lembrou as raízes portuguesas. “Vai ser especial porque o meu avô, Amaro Lopes, foi jogador de futebol no Paços de Ferreira. Vou a pensar nisso quando entrar em campo”, sublinhou.

Há seis anos, o avançado recebeu um convite da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) para representar a seleção nacional, isto numa altura em que ainda o poderia fazer, pois tinha sido apenas internacional jovem francês. A garantia foi dada pelo seu tio José Lopes, ao site “Maisfutebol”, confessando que o sobrinho pensou seriamente em aceitar o convite português depois de ter sido suspenso pela Federação Francesa, juntamente com quatro outros colegas. Tudo devido a uma saída noturna a uma discoteca não autorizada, durante um estágio da seleção de sub-20.

Cumprida a suspensão, Griezmann foi imediatamente convocado por França e o tio garante que se tal não tivesse sucedido, ele teria aceite o convite português. E quem sabe se não faria parte dos 23 eleitos de Fernando Santos para o Mundial da Rússia. De resto, não esquece Portugal e mantém uma tradição de longos anos, celebrando o dia 25 de dezembro com a família Lopes,em Macôn.

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Artigo de
André Cruz Martins

29-06-2018



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