George Green foi comparado a Wayne Rooney, mas o vício em álcool e cocaína deitou tudo a perder

George Green foi comparado a Wayne Rooney, mas o vício em álcool e cocaína deitou tudo a perder

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George Green foi comparado a Wayne Rooney, mas o vício em álcool e cocaína deitou tudo a perder

Com apenas 15 anos assinou um contrato milionário com o Everton e chegou a ser comparado com Wayne Rooney. Mas o consumo excessivo de álcool e drogas deitou tudo a perder.

Artigo de Bruno Seruca

24-09-2018

Com apenas 22 anos, George Green tem a sensação de que a carreira de futebolista está destruída. Mas para perceber tudo é necessário recuar até à altura em que tinha 15 anos, quando todos olhavam para si como um dos próximos grandes talentos do futebol inglês. O médio era comparado a Wayne Rooney, formado no Everton, o que fez com que o clube de Liverpool oferecesse um chorudo contrato a Green. E é aqui que tem início o sonho transformado em pesadelo.

O Everton ofereceu um contrato de dois anos a George Grenn, um prémio de assinatura de 50 mil euros e um salário anual de 123 mil euros. Uma pequena fortuna para um adolescente. Quatro anos depois deste momento, o jogador foi até uma linha de comboio com o objetivo de colocar um ponto final na vida. Algo que resulta do consumo excessivo de álcool e drogas. “Antes de ter 18 anos ninguém me apanhava na noite. Mas depois, foi como se um novo mundo se abrisse para mim. Bebia, consumia drogas e jogava futebol. A primeira vez que consumi drogas foi quando fui ver um jogo de futebol com uns amigos a um pub. Ofereceram-me cocaína e a minha vida mudou a partir daí”, começa por contar à BBC.

O futebol português tem saudades dela. Veja o vídeo:

“Antes de ter 18 anos ninguém me apanhava na noite. Mas depois, foi como se um novo mundo se abrisse para mim. Bebia, consumia drogas e jogava futebol”

Green confessa ainda que nunca fase inicial conseguiu esconder os vícios dos funcionários do clube. “Gastava mais de 2.300 euros por mês. Lembro-me de uma manhã em particular que devia ter ido treinar e que só acordei à tarde. Na noite da véspera tinha estado em casa de uns amigos a beber e a consumir drogas. Penso que foi nesse dia que no Everton começaram a perceber o que se passava comigo”, conta.

O jogador revela ainda que chegou a ganhar 556 mil euros durante o melhor momento da carreira. Mas que ficou sem nada. “Tenho apenas um iPad para mostrar. Isto mostra o quão fundo fui por causa das drogas. Numa noite chegava a gastar uns 1600 euros, uma refeição custava entre 200 e 300 euros. Uma miúda sentava-se ao pé de mim e mandava vir uma garrafa de champanhe. Pensava que o dinheiro nunca ia acabar. As pessoas queriam saber quem era e estava deslumbrado com aquela vida. Nunca conheci ninguém que me afastasse daquele caminho, todos consumiam drogas e álcool e caí naquele ciclo vicioso”, refere. “Comprei um Mercedes novinho em folha e estraguei-o. Conduzia alcoolizado”, acrescenta.

“Comprei um Mercedes novinho em folha e estraguei-o. Conduzia alcoolizado”

Os problemas não passaram ao lado do Everton, que acabou por dispensar o jogador sem que chegasse a fazer qualquer jogo pela equipa principal do clube. Seguiram-se quatro clubes em apenas 14 meses. “Por causa do álcool e das drogas, deixei de gostar de jogar futebol e decidi que queria parar”, conta. Falido, preso às drogas e com uma depressão, George Green atingiu o ponto mais baixo quando tentou colocar um ponto final na vida. “Deixar o Everton abalou-me muito. Lembro-me de ir para a linha do comboio, eram umas 8 ou 9 da noite… Tinha deixado uma carta onde contava tudo, as drogas, os meus problemas mentais, o álcool, o futebol, a falta de dinheiro…”, relembra.

“Anunciaram pelos altifalantes que o comboio estava atrasado. Lembro de pensar que provavelmente tratava-se de um sinal, não era a a minha hora de morrer. Desfiz-me em lágrimas e saí dali”, diz. Em 2017 tentou matar-se pela segunda vez, depois de ter assinado contrato com o Salford City. “Tomei todos os comprimidos que encontrei em casa. Queria morrer”, relata. Neste momento destaca-se a importância de Gary Neville, ex-jogador do Manchester United, e proprietário do Salford City. “Fui convidado para ir a sua casa. Falámos durante uma hora sobre como o futebol e o clube podiam ajudar-me”, diz.

 

 

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Aos 22 anos George Green representa o Chester FC, clube que milita nas competições inferiores do futebol inglês. Livre dos vícios, tem namorada, uma filha e prepara-se para ser pai pela segunda vez. Participa em reuniões de grupo e conta com o apoio de Gary Charles, um ex-jogador que também lidou com problemas de alcoolismo. “A minha sanidade mental e o vício são um desafio diário para mim. Faço o que melhor que posso e falo deste assunto para que outros possam aprender com os meus erros”, refere. “Jogar futebol é a única coisa que sei fazer. Sem o futebol estaria morto”, conclui George Green que ainda alimenta o sonho de pisar os grandes palcos do futebol inglês.

Fotos: Reprodução Twitter

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Artigo de
Bruno Seruca

24-09-2018



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