Fábio Júnior, o ex-jogador da Naval que volta aos relvados sete anos depois de escapar à morte

Fábio Júnior, o ex-jogador da Naval que volta aos relvados sete anos depois de escapar à morte

Desporto

Fábio Júnior, o ex-jogador da Naval que volta aos relvados sete anos depois de escapar à morte

Depois de passar pelo Real Madrid e Naval, Fábio Júnior juntou-se a Manuel José no Al Ahly. Sete anos depois de ter tido a vida em perigo, o avançado volta aos relvados.

Artigo de Bruno Seruca

05-12-2019

Os mais atentos ao futebol português devem recordar-se do nome Fábio Júnior. Sendo certo que os adeptos da Naval não o esquecem. Falamos de um possante avançado brasileiro que brilhou na equipa portuguesa depois de ter passado pela formação secundária do Real Madrid. Por cá, participou em 42 jogos, tendo marcado 9 golos. Sendo que chegou à Naval, a custo zero, em 2010, tendo saído, no ano seguinte, para os egípcios do Al Ahly, numa transferência que rendeu 600 mil euros ao clube da Figueira da Foz.

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Aquela que deveria ser uma transferência de sonho, acabou por se transformar no maior pesadelo de Fábio Júnior. O avançado, então treinado pelo português Manuel José, ainda conquistou uma Liga dos Campeões Africana, mas foi no Egito que temeu pela vida. No dia 1 de fevereiro de 2012, Fábio Júnior assistiu à invasão de campo ocorrida durante o jogo contra o Masry, que o Al Ahly perdeu por 3.1.

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De acordo com relatos da época, a confusão teve origem na queda do presidente egípcio, Hosni Mubarak, no ano anterior. O que é certo é que existiu uma invasão de campo e confrontos, com os agentes de autoridade a recusarem abrir as portas do estádio. Acabaram por morrer 74 pessoas, muitas delas esmagadas. A estes juntam-se mais de 500 feridos. Fábio Júnior ainda conseguiu correr até ao balneário, onde esteve fechado durante seis horas, até ao momento em que o exército chegou ao local.

“Sonho com aquela tragédia. Foram imagens muito marcantes”

O jogador brasileiro ficou tão traumatizado com o ocorrido que decidiu abandonar o futebol. “Lembro-me de coisas até hoje. Até sonho com aquela tragédia. Foram imagens muito marcantes. A violência, a revolução, foi tudo muito marcante para mim. Quando estou deitado, recordo-me daquilo tudo. Era um cenário de guerra”, recorda, em conversa com a Globo. Revelando que viajou de imediato para o Brasil. “Precisava de estar com a minha família. Estava a viajar muito. Depois do que aconteceu no Egito, fiquei traumatizado”, acrescenta.

Estas declarações surgem porque, sete anos depois, Fábio Júnior está de regresso aos relvados. Tratando-se de um regresso especial pois irá voltar a vestir a camisola do clube que o formou. “Sempre tive o intuito de voltar ao Campinense. Sempre me acolheu bem. Saí do Campinense para vários clubes e volto agora para, quem sabe, acabar depois a carreira”, conta o jogador, hoje com 37 anos. No regresso aos relvados, Fábio Júnior irá participar no Campeonato Paraibano (série D do campeonato brasileiro) e na Taça do Brasil.

Fotos: Reuters

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Artigo de
Bruno Seruca

05-12-2019



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