O Aves e mais 13 pequenos que estragaram a festa aos grandes

O Aves e mais 13 pequenos que estragaram a festa aos grandes

Desporto

O Aves e mais 13 pequenos que estragaram a festa aos grandes

Leões em crise profunda enfrentaram o Desp. Aves no Jamor e, mais uma vez, houve surpresa na final.

Artigo de André Cruz Martins

21-05-2018

A final da Taça de Portugal desta temporada chegou a estar em causa, em face das gravíssimas agressões sofridas pelos jogadores do Sporting, mas acabou por acontecer à hora prevista e o caneco ficou na posse do Desportivo das Aves. Dois golos de Guedes, jogador formado no Sporting, abriu o caminho da glória para o conjunto orientado por José Mota.

O pequeno Aves derrubou o grande Sporting e juntou o seu nome à lista de clubes que causaram lágrimas nos adeptos dos três principais clubes de Portugal.  Nas 51 finais entre clubes grandes e pequenos da segunda mais importante competição do futebol português, os menos favoritos levaram a melhor em 14 ocasiões, ou seja, em cerca de um quarto das finais, mais precisamente 26 por cento.

Benfica é o que perde mais com os pequenos

O Sporting procura a sua 17ª Taça de Portugal em 28 finais, o que lhe permitiria descolar do FC Porto, vencedor em 16 ocasiões. O leão foi surpreendido por clubes de menor nomeada por três vezes: em 1959/60, pelo Belenenses (1-2), em 1978/79, pelo Boavista (também 1-2), e mais recentemente, há seis anos, pela Académica (0-1), com um golo de Marinho logo aos 4 minutos, numa equipa dos estudantes que contou com o contributo de Cédric e Adrien, que estavam emprestados pelos verdes e brancos. Refira-se que este encontro disputou-se a 20 de maio, precisamente o mesmo dia da final deste domingo.

O FC Porto também sofreu dissabores de clubes pequenos em três finais. Primeiro, em 1960/61 e em pleno Estádio das Antas, quando o Leixões ganhou por 2-0. Depois, obra do vizinho Boavista, já no Jamor (1-2, em 1991/92). Mais recentemente, há apenas dois anos, foi a vez do Sp. Braga, curiosamente orientado por Paulo Fonseca, ex-treinador dos dragões. Depois do 2-2 no final do prolongamento, os minhotos foram mais fortes nas grandes penalidades e venceram por 4-2.

O Benfica foi o clube mais vezes derrotado por clubes pequenos em finais (seis ocasiões), o que se poderia explicar pela sua maior presença no jogo decisivo. Uma explicação que não colhe, pois apesar de ter estado em mais finais do que os rivais, perdeu menos vezes: em 36 jogos decisivos ganhou 26 e perdeu apenas dez; em 27 jogos, o Sporting ganhou 16 e perdeu 11; em 29 partidas, o FC Porto venceu 16 e perdeu 13. Ou seja, o Benfica tem tendência para perder finais com os pequenos, mas ganhar aos grandes, enquanto no FC Porto e no Sporting passa-se o contrário.

Estas foram as seis ocasiões em que os pequenos levaram a melhor sobre as águias: Académica (3-2 em 1938/39, a época de estreia da competição); V. Setúbal (3-1 em 1964/65 e 2-1 em 2004/05); Boavista (2-1 em 1974/75 e 3-2 em 1996/97) e V. Guimarães (2-1 em 2012/13, no célebre final de temporada em que o clube da Luz perdeu campeonato, Liga Europa e Taça de Portugal em poucos dias).

Analisando as derrotas dos três grandes às mãos de formações de menor nomeada, o grande destaque vai para o Boavista, não só por ser o clube “pequeno” com mais troféus frente aos três maiores, mas também pelo facto de só ter perdido uma final (2-5 diante do Benfica, em 1992/93). A ver vamos o que irá acontecer este domingo, sendo óbvio que o Desportivo das Aves pode buscar inspiração em muitos exemplos do passado.

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Artigo de
André Cruz Martins

21-05-2018



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