Davidson, o “jogador-fetiche” de Luís Castro jogou com Neymar e veio para Portugal por causa da neve

Davidson, o “jogador-fetiche” de Luís Castro jogou com Neymar e veio para Portugal por causa da neve

Desporto

Davidson, o “jogador-fetiche” de Luís Castro jogou com Neymar e veio para Portugal por causa da neve

Conheça a história de Davidson, extremo brasileiro do Vitória de Guimarães que tem sido essencial na retoma dos minhotos na I Liga.

Artigo de André Cruz Martins

21-12-2018

Depois de um mau arranque de temporada, o V. Guimarães melhorou consideravelmente, sendo uma das equipas em melhor forma na I Liga, prova em que não perdeu nos últimos oito jogos, registando quatro vitórias e quatro empates. Um dos jogadores mais importantes nesta retoma da formação orientada por Luís Castro tem sido o extremo Davidson, autor de três golos nas últimas cinco partidas do campeonato. Ao todo, leva cinco golos e quatro assistências em 2018/19.

O excelente momento dos vimaranenses e do avançado brasileiro de 27 anos vão estar à prova este domingo, na receção ao poderoso Sporting de Marcel Keizer, no encontro que encerra esta “jornada natalícia” que também tem no cartaz os escaldantes Benfica-Sp. Braga e FC Porto-Rio Ave.

“Jogador-fetiche” de Luís Castro

O V. Guimarães é o terceiro clube representado por Davidson em Portugal Chegou ao Sp. Covilhã em 2015/16 e marcou oito golos em 40 jogos nessa temporada. Na época seguinte, fez cinco em 27 partidas nos serranos e em janeiro mudou-se para o Desportivo de Chaves, onde só conseguiu faturar por uma vez em 18 encontros.

Na época seguinte foi um dos melhores futebolistas dos flavienses, tendo conseguido cinco golos e sete assistências. Luís Castro, que o tinha orientado no Desportivo de Chaves, não perdeu a oportunidade de o ir buscar no último verão e, até ver, a aposta tem-se revelado acertada.

Atraído pela neve da Covilhã

Davidson recordou a chegada a Portugal em 2015, para representar o Sp. Covilhã. “Tinha hipóteses de vários clubes e o Covilhã era uma delas. Disseram-me que fazia muito frio lá e que havia neve. Confesso que fiquei entusiasmado com a neve, pois um brasileiro do Rio de Janeiro não vê neve”, revelou, ao “Maisfutebol”.

Contas feitas, reconhece que gostou de representar os serranos. “O Covilhã foi muito bom para mim, aprendi muito, adaptei-me rápido ao futebol português e consegui dar nas vistas”, sublinhou.

Melhor golo de novembro

Davidson foi o autor do melhor golo de novembro desta Liga NOS, obtido na vitória por 2-0 diante do Santa Clara. O brasileiro venceu a votação realizada no site do Sindicato dos Jogadores, com 43,86% dos votos, seguido pelo golo de Niltinho no Sporting-Desportivo de Chaves, com 22,22% dos votos, e pelo golo de Chiquinho, que marcou na histórica vitória do Moreirense no Estádio da Luz, com 21,41%.

“Faço poucos golos assim. Foi especial, diferente. Algumas pessoas daqui dizem que há muitos anos não viam um golo assim. Foi muito importante para mim”, reconheceu.

No início de dezembro, Davidson foi o autor do único golo do Desportivo de Chaves-Vitória de Guimarães. Por respeito aos adeptos flavienses, não festejou e ainda pediu desculpas na direção das bancadas, gesto que foi aplaudido. Foi ainda autor de um golo no sensacional triunfo por 3-2 em casa do FC Porto, que classifica como “o mais importante da carreira”.

Fintou infância pobre

A infância de Davidson não foi nada fácil. Oriundo de uma família humilde, cresceu numa favela do Rio de Janeiro chamada Complexo da Mangueirinha e conviveu de perto com o crime e o tráfico de droga.

Possivelmente, foi o futebol que o salvou, ao contrário de alguns amigos que foram ficando pelo caminho. “O intuito não era jogar para me tornar profissional, era para não estar na rua. Com o decorrer do tempo foram surgindo convites de clubes e, aí sim, comecei a criar a expetativa de me tornar jogador de futebol”, confessou”, confessou ao “Maisfutebol”.

“Mais ou menos com 14 anos comecei a perceber que o futebol era uma profissão que eu podia levar a sério. Até então, quando era mais novo, não tinha ideia. Há sempre o sonho, mas sem ter a ideia de como o futebol é realmente. Foi aí que a ‘ficha caiu’ e percebi que era o momento de me focar para conseguir ser jogador profissional”, acrescentou.

Jogou com Neymar no Santos

Davidson cumpriu parte da sua formação como futebolista no Santos, onde jogou ao lado de Neymar e também alinhou pelo Fluminense, onde foi colega dos irmãos gémeos Fábio e Rafael da Silva. “Já não falo muito com o Neymar, é normal, perde-se o contacto. Já foi em 2008/2009 que fomos colegas. Agora não mantenho contacto”, confessa.

Adorou Guimarães ainda antes de ir para o Vitória

Depois da Beira Baixa (Sp. Covilhã) e Trás-os-Montes (Desp. Chaves), Davidson encontra-se por terras minhotas e confessa que já gostava da cidade antes sequer de saber que iria jogar no Vitória local. “Está a ser uma experiência muito boa e a minha esposa adora. Antes de vir para cá, ainda não havia nada com o clube, vim a Guimarães visitar a cidade e conhecer. Vim com a minha esposa, ainda com o meu filho na barriga, e nessa visita a minha esposa gostou muito. Estava com a minha sogra que me disse: ‘genro, você podia vir para cá’. E assim foi”, revelou. “Gostámos muito da cidade, que é muito bonita, a adaptação está a ser boa e o povo é acolhedor. É um povo que vive o futebol e tem um carinho pelo clube incrível”, frisou.

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Artigo de
André Cruz Martins

21-12-2018



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