O craque gordinho que não contava para ninguém

O craque gordinho que não contava para ninguém

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O craque gordinho que não contava para ninguém

Hoje é um dos pontas de lança mais temidos do mundo. Os grandes tubarões europeus estão de olho em Harry Kane, o craque gordinho em que ninguém acreditava.

Artigo de Bruno Seruca

09-03-2018

Todos sabem quem é Harry Kane. O ponta de lança do Tottenham é um verdadeiro terror para as equipas adversárias. Só esta época o inglês, de 24 anos de idade, conta com 35 golos em 38 jogos. E nas três épocas anteriores marcou um total de 94 golos. O que faz com que os grandes tubarões europeus estejam de olho no craque. Daniel Levy, presidente dos «spurs», já revelou abertura para negociar o passe do avançado. Para isso só é necessário que um clube esteja disposto a gastar 222 milhões de euros, o valor que dará início a uma eventual negociação.

Mas se hoje é uma referência do futebol mundial, Harry Kane já teve de lidar com a rejeição. Em mais do que uma ocasião. Em 1999 e 2004, o jogador inglês foi dispensado da formação do Arsenal. Os «gunners» defendiam que Harry Kane era «gordinho» e que não teria sucesso no clube londrino. Foi preciso esperar até 2013/2014 para que o ponta de lança começasse a ter oportunidades. E com o cunho do português, André Villas Boas, que treinou o clube entre 2012 e dezembro de 2013. Quem o conta é Sandro, ex-jogador do Tottenham, em declarações à ESPN.

 

Arsenal dispensou Harry Kane duas vezes por ser «gordinho»

 

«O Tottenham não contava muito com ele, era sempre emprestado. Demorou muito para ser aproveitado. Veio o Adebayor, o Soldado, o Defoe, o Pavlyuchenko. Não lhe davam uma oportunidade. Com André Villas Boas, começou a ganhar algum moral, era muito educado e todos gostavam dele, mas era visto como um menino da formação», começa por dizer. O brasileiro, que jogou quatro épocas nos «spurs», dá a conhecer ainda algumas caraterísticas do avançado. «Defino Kane numa palavra: batalhador. Tudo que ele faz é questão de treino e confiança. Quando ele era mais novo, falava com os meus colegas: ‘caramba, ele está impossível! A treinar muito bem!’ Ficava horas a chutar à baliza, a marcar livres também. Os golos que ele hoje marca, vi-os marcar todos os dias, nos treinos. Os guarda-redes ficavam doridos, de tanto que ele chutava!», diz.

E se no Arsenal era o «gordinho» que não seria jogador, também no Tottenham existia quem não acreditasse no talento de Harry Kane. «Às vezes havia quem ficasse a olhar para ele. ‘Coitado, acha que vai jogar’. Eles pensavam que ele ia só treinar e que eles é que depois iriam jogar. Fico feliz por tudo o que está a acontecer com ele, é muito humilde e trabalhador. Merece estar a este nível e o que alcançou não foi da noite para o dia. A primeira vez que ele entrou até foi justamente para o meu lugar», conclui Sandro.

De «gordinho» e «coitado» Harry Kane passou a ser um dos melhores pontas de lança do mundo. E de eterno dispensado passou a ser um dos capitães da seleção inglesa. E provavelmente no final desta época será um dos jogadores a ser notícia por uma transferência milionária.

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Artigo de
Bruno Seruca

09-03-2018



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