Para os fãs do desporto, tem sido bom testemunhar as façanhas daquele que é considerado o homem mais rápido do planeta. No entanto, tudo tem um fim e esse poderá ser já este sábado, 12 de agosto, no penúltimo dia dos mundiais de atletismo em Londres. Perto de fazer 31 anos, Usain Bolt irá deixar o atletismo após anúncio feito no início deste mês. É o fim de uma era na modalidade.
Choque na primeira ronda de despedidas
Na sua despedida nos 100 metros, Bolt chocou o mundo ao ficar em terceiro lugar na prova, atrás dos americanos Christian Coleman e Justin Gatlin. Este último, após um festejo eufórico, não deixou de passar um dos últimos momentos em que partilhou a pista com Usain Bolt. Veja no vídeo a prova de Bolt e o cumprimento especial de Justin Gatlin.
O jamaicano iniciou mal a prova – tal como é “costume” – mas conseguiu remediar o mau arranque com a sua passada larga. O detentor do recorde do mundo nos 100m (9,58 segundos nos mundiais de Berlim em 2009) arrecadou mais uma medalha, mas de bronze, ao fazer 9,95s. Coleman, em segundo lugar, fez 9,94s, e o vencedor, Gatlin. registou 9,92s.
Apesar do desaire, lendas do desporto como Gianluigi Buffon não deixaram de prestar homenagem a Usain Bolt.
“Qualquer história tem um fim. E quando o começo é extraordinário, o final tem de ser inesquecível. O homem mais rápido da história, o relâmpago dos atletas, vai retirar-se. Inevitável. Mas ainda assim incrível. E assim tem sido em toda a sua carreira. Mas na vida nunca deixamos de correr. Apenas o fazemos numa pista diferente. Por isso, continua a correr, Lightning Bolt. Enquanto o Mundo ainda tenta alcançar-te”, disse Buffon no seu Instagram.
Em declarações à imprensa no final da prova, Usain Bolt mostrou-se firme na decisão de abandonar o atletismo. Apesar do apoio dos conterrâneos e de milhões de fãs por todo o mundo, ainda existe a esperança de que o velocista jamaicano não se retire já. Todavia, isso não apronta a acontecer para Bolt.
O último sprint?
Resta uma prova para Usain Bolt tentar conquistar. Este sábado, 12 de Agosto, a partir das 21h50, irá decorrer a final de 4x100m. Nesta prova, os países finalistas na prova terão quatro atletas para correr 100m cada. Usain Bolt é um dos atletas que representa a Jamaica. Poderá acompanhar a última corrida do jamaicano na Eurosport. Os aquecimentos para esta prova serão de manhã, entre as 10h35 e as 10h55.
“Nós sentimos que estamos prontos. Fisicamente estou bem, com um pouco de dores, mas nada que uma massagem não consiga curar.”, disse Usain Bolt. A Jamaica ganhou a medalha de ouro nesta prova de velocidade nos últimos Jogos Olímpicos, que decorreram no ano passado no Rio de Janeiro, no Brasil.
O aviso do veterano
“Parem com o doping ou o desporto morre” exclamou Usain Bolt numa conferência de imprensa de antevisão aos mundiais de Londres. O atleta mostrou-se preocupado com o escândalo de doping que envolveu uma série de atletas russos em 2015. Para mostrar ainda mais indignação, o jamaicano relembrou o caso que teve com um dos seus colegas. Uma das medalhas de ouro olímpicas de Bolt, a de estafetas 4x100m conquistada em Pequim 2008, foi retirada pela organização porque foi detetada a utilização de doping por parte de um companheiro.
Uma “seta” apontada às medalhas
“Parece-me fantástico sermos nós a decidir retirar-nos e não o desporto a mandar-nos para casa. Quer dizer que estás satisfeito com o que fizeste.” comentou Usain Bolt e justificações não faltam. Tudo o que é Jogos Olímpicos, o jamaicano só conhece ouro. Bolt é tri-campeão olímpico de 100m, 200m e 4x100m. São oito medalhas de ouro olímpicas entre Pequim 2008 até Rio 2016, com uma “escala” em Londres pelo meio, em 2012.
Em campeonatos do mundo, medalhas também não faltam desde que se deu a conhecer ao mundo em Osaka, em 2007. Usain Bolt foi 11 vezes campeão do mundo nas disciplinas de corrida já referidas em Berlin 2009, Daegu 2011, Moscovo 2013 e Pequim 2015. A juntar a essas vitórias também estão no currículo de Bolt duas medalhas de prata e a mais recente, de bronze.
Segundo a Forbes, Usain Bolt é o atleta mais bem pago da história do atletismo, auferindo cerca de 20 milhões de euros por ano. Para muitos, é considerado uma lenda viva do atletismo e o melhor velocista de sempre.
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