Cazorla e mais 9 craques que voltaram a casa para acabar a carreira

Cazorla e mais 9 craques que voltaram a casa para acabar a carreira

Desporto

Cazorla e mais 9 craques que voltaram a casa para acabar a carreira

Cazorla é o último a tentar a sua sorte no clube onde se afirmou, mas será que vai recuperar a aura? Recorde outros nove casos de craques que voltaram a casa para tentarem ser felizes de novo.

Artigo de André Cruz Martins

05-01-2019

O Villarreal, adversário do Sporting na Liga Europa, empatou a dois golos frente ao Real Madrid, com os tentos do submarino amarelo a serem apontados pelo veterano Santi Cazorla, que regressou neste defeso ao Villarreal FC. Trata-se de um “filho” da casa, pois foi no “submarino amarelo” que o médio espanhol se afirmou no futebol sénior e depois de nove temporadas no clube (de permeio, esteve uma época no Recreativo Huelva) mudou-se para o Málaga, onde só cumpriu uma temporada, até se transferir para o Arsenal, que representou durante sete temporadas.

Na pré época terminou um calvário de dois anos praticamente sem jogar, quando foi utilizado num particular com o Hércules, entrando aos 67 minutos. O seu último encontro havia sido em outubro de 2016, ao serviço do Arsenal. Tudo devido a uma gravíssima infeção no tendão de Aquiles, que quase levou à amputação de uma perna.

O seu problema foi tão grave que Arsène Wenger, o seu treinador, confessou mesmo que nunca se tinha deparado com uma lesão tão grave. Aos 34 anos, está de regresso para tentar relançar a carreira. Mas será que vai conseguir?

Recordamos de seguida outros nove casos de futebolistas que regressaram a casa no ocaso das carreiras.

Tomás Rosicky (Sparta Praga)

Tomás Rosicky cumpriu toda a formação no Sparta Praga e depois de duas épocas e meia como sénior no clube de sempre, transferiu-se para o Borussia Dortmund, onde esteve seis temporadas ao mais alto nível. Seguiram-se nove anos no Arsenal, quase sempre com sucesso, embora no último só tenha feito um jogo.

Estava na hora de voltar a casa, mas as coisas não lhe correram bem no Sparta Praga, tendo realizado apenas 13 jogos em duas épocas. Em dezembro último, afetado por muitos problemas físicos, anunciou o adeus aos relvados, com 37 anos.

Jesús Navas (Sevilha FC)

Jesús Navas é considerado um dos melhores jogadores de sempre do Sevilha FC, clube onde cumpriu quase toda a formação e cujas cores defendeu até aos 27 anos, quando se transferiu para o Manchester City.

Não atingiu a mesma dimensão no clube inglês, embora tenha sido importante e sido muitíssimo utilizado, com um total de 183 jogos em quatro épocas. Acabou por regressar ao Sevilha FC e com ele voltou a magia pela qual os adeptos suspiravam. Curiosamente, só fez um golo nesta última temporada – digas-se que nunca foi propriamente um goleador – e no jogo 400 pelos andaluzes.

Robinho (Santos)

Robinho surgiu em grande plano ao serviço do Santos, com apenas 18 anos, numa equipa em que Diego era a outra grande figura. Foi logo campeão nacional e depois de mais três temporadas na Vila Belmiro, transferiu-se para o Real Madrid.

Apesar de ter construído uma excelente carreira em clubes como o Real Madrid, AC Milan e Manchester City, não teve o fulgor que se perspetivava. Teve dois regressos ao Santos, ambos coroados de sucesso: o primeiro em 2010, por empréstimo do Manchester City e o segundo em 2015, já com 31 anos, por cedência do AC Milan. Atualmente, representa os turcos do Sivasspor

Wayne Rooney (Everton)

Os adeptos ingleses desesperavam há muito por um grande ponta de lança e quando Wayne Rooney surgiu na primeira equipa do Everton com apenas 17 anos, em 2002/03, logo foi idolatrado. Basta recordar os jogos do Euro 2014, em que os milhares de adeptos britânicos presentes nos estádios portugueses quase gritavam mais pelo jovem ponta de lança do que pela própria equipa.

Ao longo da carreira, Rooney não defraudou as expetativas e tornou-se no melhor marcador da história do Manchester United. Acabou por perder protagonismo com José Mourinho e na última época voltou ao Everton. Nos “toffees”, pode não ter mostrado o fulgor de outros tempos, mas a brincar a brincar, os 11 golos que marcou foram o seu melhor registo numa única temporada pelo clube de Liverpool. No entanto, com a chegada de Marco Silva, o jogador rumou aos EUA, para representar o DC United, não acabando assim a carreira no clube do coração.

Pablo Aimar (River Plate)

Os adeptos do River Plate nem queriam acreditar no talento deste pequeno número dez, quando este se afirmou na primeira equipa dos “milionários” na época de 1997/98. A sua permanência no clube durante mais duas temporadas e meia foi um pequeno milagre, mas já não havia mesmo forma de o segurar e saiu a sorte grande ao Valência, que o foi buscar.

Afirmou-se como um dos melhores jogadores da Liga espanhola, mas pouco a pouco foi perdendo protagonismo e em 2006/07 mudou-se para o mais modesto Saragoça, onde cumpriu duas temporadas. Seguiu-se o Benfica, onde em cinco épocas mostrou (a espaços) o seu talento. Depois de uma estranha passagem pelo Johor FC, da Malásia, surgiu o tão esperado regresso ao River Plate. Mas tudo correu mal e esteve quase sempre lesionado, tendo realizado apenas um jogo.

Kaká (São Paulo FC)

Kaká chegou ao São Paulo FC com 16 anos e foi lá que realizou as suas três primeiras temporadas como profissional. Considerado quase unanimemente como o melhor jogador do campeonato brasileiro na época, transferiu-se para o AC Milan no verão de 2003.

Brilhou com a camisola “rossonera” e em 2007 foi mesmo eleito o melhor jogador do mundo pela FIFA. Esteve no Real Madrid entre 2009 e 2013, mas nunca atingiu o mesmo estatuto e teve de regressar a casas que bem conhecia: primeiro, em 2013/14, o AC Milan e na época seguinte o São Paulo, onde não teve o mesmo brilho a que habituara os adeptos. Ainda jogou três anos nos norte-americanos do Orlando City e depois retirou-se.

Rui Costa (Benfica)

Rui Costa foi um dos raros jogadores da formação do Benfica que na década de 90 teve sucesso na equipa principal das águias. Entre 1991 e 1994 espalhou magia no antigo Estádio da Luz, mudando-se depois para a Fiorentina, por 1,2 milhões de contos, muito dinheiro naquela altura, mas que hoje em dia corresponderia a não mais do que 6,5 milhões de euros.

O “maestro” foi príncipe em Florença durante sete temporadas e na memória dos adeptos “viola” ficou a grande dupla com Batistuta. Não teve o mesmo impacto no AC Milan e em 2006/07 e 2007/08 despediu-se dos relvados ao serviço do Benfica. E em bom estilo, tendo feito qualquer coisa como 45 jogos na sua última época.

Frank Rijkaard (Ajax)

Frank Rijkaard tinha apenas 18 anos quando surgiu em grande estilo na primeira equipa do Ajax. Estávamos em 1980 e o médio holandês manteve-se no clube de Amesterdão até 1987, quando tentou a sua sorte no Sporting.

Como se sabe, a inscrição no clube português não foi aceite e mudou-se para o Saragoça, onde realizou apenas 11 jogos. O clube espanhol foi apenas a ponte para o AC Milan, onde brilhou a grande altura, ao lado dos compatriotas Gullit e Van Basten. Regressou ao seu Ajax para terminar a carreira e em bom plano, com 37 partidas em cada uma dessas duas temporadas.

Riquelme (Boca Juniors e Argentino Juniors)

Em 1986/87, Riquelme despontava na equipa principal do Boca Juniors e era mais um a ser apelidado de “novo Maradona”. Ainda demorou seis anos até sair do clube argentino, na direção do FC Barcelona, quando corria a temporada de 2002/03. Não se adaptou da melhor forma a Camp Nou, mas acabou por brilhar no mais modesto Villarreal CF, ao longo de três temporadas.

A sua última época em Espanha ficou marcada por vários problemas disciplinares e depois de entrar em desgraça no clube, voltou ao Boca Juniors, isto sem sequer se despedir dos seus colegas no Villarreal. Esteve depois oito épocas em bom nível no Boca Juniors (polémicas à parte, claro) e ainda fez uma última temporada ao serviço do Argentino Juniors, curiosamente o clube onde começou a jogar, ao cumprir três anos na formação.

Siga o ParaEles no Instagram
Instagram @paraelesofficial

Siga o ParaEles no Instagram
Instagram @paraelesofficial

Artigo de
André Cruz Martins

05-01-2019



RELACIONADOS