Carlos Carvalhal revela o que fez ao presidente que quis escolher a equipa para um jogo

Carlos Carvalhal revela o que fez ao presidente que quis escolher a equipa para um jogo

Desporto

Carlos Carvalhal revela o que fez ao presidente que quis escolher a equipa para um jogo

Treinador português abre o livro e revela como são os bastidores do mundo do futebol, não poupando nas críticas.

Artigo de Bruno Seruca

19-10-2018

Com 20 anos de carreira, Carlos Carvalhal continua muito bem cotado em Inglaterra, onde passou as últimas épocas. Desempregado por opção, depois de não ter conseguido evitar a despromoção do Swansea da Premier League, o português aceitou dar uma entrevista à BBC. Bem ao seu estilo, Carvalhal abriu o livro e “distribuiu” jogo em diversas direções, não poupando nas críticas. A começar pelos jogadores.

“Na primeira conversa que tenho com cada um deles, depois de dois ou três minutos fico a saber muito sobre a sua personalidade. É instintivo”, diz em relação aos jogadores, que hoje em dia “são mais egoístas”, defende. “Eles vivem num mundo só deles e isso prejudica-os. Têm ‘personal trainers’, acho isso inacreditável, não sabem o que estão a fazer”, prossegue. “Os ‘personal trainers’ são um grande ‘inimigo’ dos treinadores. Passei por isso no Swansea com um jogador que sofreu uma lesão num joelho. Dois dias antes de um jogo ele estava em casa a treinar com o ‘personal trainer’. Quem é responsável por isso?”, defende.

Carlos Carvalhal defende que os jogadores “são mais egoístas”

O treinador português tem ainda a opinião de que os jogadores ditam o sucesso da carreira dos treinadores num clube. “Em todos os clubes por onde passei, nas primeiras semanas senti que estava a ser testado pelos principais jogadores do plantel. É aí que se define o nosso sucesso no clube, ou ganha-se ou perde-se o grupo. Se ganhares essa batalha, tens os jogadores na mão e eles vão dar-te tudo. Se perderes, estás acabado. Numa questão de semanas ou meses, serás despedido.”

E os jogadores e personal trainers não são o único problema dos treinadores pois os presidentes e dirigentes conseguem ser um obstáculo para o treinador. Carvalhal fala mesmo sobre um episódio ocorrido quando treinava a mítica equipa do Leixões, então na 3ª divisão. “Chegámos à final da Taça de Portugal e na época seguinte o presidente disse-me antes de um encontro: ‘Vais jogar com este e com aquele jogador’, mas respondi-lhe que não. ‘Vou jogar com a equipa que eu preparei’. Então ele retorquiu: ‘Faz o que entenderes, mas se perderes já sabes o que vai acontecer’”, conta.

Ganhámos o jogo e depois, em frente aos jogadores, dei ao presidente a braçadeira e disse: ‘Agora temos um novo treinador. Você quer ser treinador, então assim seja’. E sai dali. Deixei o clube, como é óbvio. Não posso tolerar que o presidente vá ao balneário dizer-me quem deve jogar, essas decisões são do treinador e esses momentos são cruciais para nós”, argumenta.

“Nas redes sociais um tipo louco ou um miúdo de 8 anos podem cravar-nos um prego”

Carlos Carvalhal, falou ainda sobre as redes sociais, que podem ser mais um perigo para os técnicos. “Hoje em dia temos mais inimigos. Nas redes sociais um tipo louco ou um miúdo de 8 anos podem cravar-nos um prego. Os adeptos dizem o que pensam no Twitter e no Facebook. As redes sociais podem ser um grande inimigo dos treinadores”, explica.

Enquanto treinou o Swansea, Carlos Carvalhal ficou conhecido por alguns momentos, como aquele em que ofereceu pastéis de nata aos jornalistas. Além disso, ficaram famosas as declarações do treinador português. Percorra a galeria e recorde as expressões mais marcantes de Carlos Carvalhal.

Fotos: Reprodução Instagram

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Artigo de
Bruno Seruca

19-10-2018



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