A campanha para combater o racismo que está a chocar o futebol italiano

A campanha para combater o racismo que está a chocar o futebol italiano

Desporto

A campanha para combater o racismo que está a chocar o futebol italiano

Responsáveis da Serie A tentam combater racismo com campanha em que se destacam três macacos, algo severamente criticado pelos adeptos.

Artigo de Bruno Seruca

17-12-2019

Existe uma frase proferida por João Pinto que ficou para a história das gaffes do futebol português. O famoso capitão do Porto disse, em tempos, que “o clube estava à beira do precipício, mas tomou a decisão correta: deu um passo em frente”. E esta parece ser a forma como a Serie A, o principal campeonato de futebol italiano, está a lidar com o racismo. Pelo menos é desta forma que os adeptos olham para a mais recente campanha que pretende erradicar este problema dos relvados italianos.

Moise Kean vítima de insultos racistas

Ao longo dos últimos tempos, o futebol transalpino tem lidado com diversas situações de racismo. Ainda recentemente, Balotelli ameaçou deixar o campo devido a insultos racistas. Também a Roma e o Inter decidiram cortar relações (até ao final da época) com o Corriere Dello Sport, depois de o jornal ter promovido o encontro entre ambos com o título Black Friday e imagens de Romelu Lukaku e Chris Smalling, jogadores negros das duas equipas.

Numa altura em que se começa a falar mais de racismo do que do jogo jogado, a Serie A decidiu dar início a uma campanha para colocar um ponto final no problema. Só que o resultado não está a ser o desejado. É que os responsáveis do futebol transalpino pediram ajuda ao artista Simone Fugazzotto. Que é conhecido por pintar macacos. E que criou três para a campanha em questão. Algo que os amantes do futebol consideram servir apenas para alimentar o ódio.

Leia ainda: Moise Kean e mais 9 jogadores vítimas de insultos racistas

“Com este trio de pinturas tentei mostrar que todos somos criaturas complexas e fascinantes, que podem ser tristes ou felizes, católicas, muçulmanas ou budistas”, começa por explicar. “Mas no final de contas, o que decide quem somos não é a cor da nossa pele. Só pinto macacos como metáfora para os seres humanos. Voltamos o conceito aos racistas, pois originalmente somos todos macacos. Então pintei um macaco ocidental, um macaco asiático e um macaco preto”, acrescenta.

Por mais que se explique, Simone Fugazzotto não consegue convencer os adeptos do futebol. Que têm deixado diversas críticas nas redes sociais. “Execução absolutamente terrível de uma mensagem importante”, é uma das críticas. “Isto é desagradável, uma vergonha absoluta”, acrescenta outro. “Isto passou por quantas pessoas, de executivos a profissionais de marketing, e ninguém pensou em acabar com isto?”, questiona mais um.

Fotos: Reprodução Twitter

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Artigo de
Bruno Seruca

17-12-2019



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