Depois de um terrível início de campeonato, o Nacional “acordou” e nas três últimas jornadas conseguiu um empate a três bolas em casa do Rio Ave (estava a perder por 3-1 aos 79 minutos), ganhou por 1-0 ao rival Marítimo, na Choupana, e triunfou por 3-2 no reduto do Desportivo das Aves. Depois destes três bons resultados, a equipa orientada por Costinha deixou o último lugar e já está em 12º lugar, três pontos acima da linha de água.
Em plano de destaque nos “alvinegros” tem estado Bryan Róchez, ponta de lança hondurenho que é responsável por cinco dos 13 golos da equipa no campeonato, para além de ter marcado um golo na Taça da Liga. No já referido desafio de Vila do Conde, foi ele quem deu o “grito de revolta”, reduzindo para 3-2 aos 79 minutos e dando início à recuperação e no último encontro na Vila das Aves estabeleceu o resultado final..
Primeira época de adaptação
Este avançado de 23 anos chegou no início da época passada ao Nacional, proveniente do Atlanta United, o atual líder do campeonato norte-americano. A época passada, com o Nacional na II Liga, não lhe correu de feição e só fez quatro jogos como titular e 12 como suplente utilizado, ainda assim com rendimento aceitável para o tempo de utilização, pois marcou seis golos.
Iniciou esta temporada com fogo nas botas e marcou três golos nos dois primeiros jogos: o primeiro frente ao Boavista, contribuindo para a eliminação dos axadrezados da Taça da Liga e os dois seguintes no reduto do Sp. Braga, que ainda assim não evitaram a derrota da sua equipa, por 4-2.
Depois, baixou um pouco de rendimento, possivelmente prejudicado pelo mau desempenho do Nacional, que somou apenas uma vitória e dois empates nas nove partidas que se seguiram. Entretanto, está de volta à boa forma do início da época, como provou em Vila do Conde.
Talento precoce
Bryan Róchez começou cedo a mostrar que tinha o dom para marcar golos, fazendo-se valer de um excelente sentido de oportunidade e de uma grande velocidade.
Com apenas 17 anos, fez 20 golos ao serviço da equipa principal do Real España, do seu país natal, o que lhe permitiu sagrar-se o segundo melhor marcador da I Liga local. O bom desempenho valeu-lhe a mudança para os norte-americanos do Orlando City em 2015.
A boa relação com Kaká
No Orlando City, Bryan Róchez foi apresentado no mesmo dia que Kaká, a estrela brasileira que deixou de jogar em 2017, precisamente nesse clube da MLS. Os dois ficaram amigos. “Ainda hoje mantemos o contacto. Gostei muito de ter jogado com ele, era um grande líder e tenho muito carinho por ele, que sei ser recíproco”, afirmou.
Em 2015, Kaká pronunciou-se publicamente sobre a sua boa relação com Bryan. “Damo-nos muito bem. Não sou o seu mentor, sou seu amigo e companheiro de equipa. É sempre um prazer ajudá-lo com a minha experiência”, referiu.
Bryan Róchez reconhece que foi pouco profissional
A primeira época de Bryan Róchez no Orlando City foi bastante positiva, mas depois tudo se complicou. “Fui muito utilizado nessa primeira temporada e estive com a seleção hondurenha no Mundial de sub-20. Mas a segunda época foi para esquecer, tal como os primeiros seis meses do terceiro ano nos Estados Unidos, em que não joguei no Atlanta United”, recordou, em declarações à imprensa hondurenha. E reconhece muitas culpas no cartório: “Para além das lesões, houve alturas em que fui muito pouco profissional. Mas isso é passado e nesta altura só estou interessado em fazer as coisas o melhor possível”, frisou.
Feliz na Madeira
No verão de 2017 apareceu o convite do Nacional e não pensou duas vezes em mudar-se para Portugal. E, até ver, não se arrependeu. “Depois de muitos altos e baixos, graças a Deus que as coisas se vão recompondo. Tem sido um caminho duro, feito à base de perseverança, trabalho e esforço. Há que saber ter paciência, saber esperar pelo momento certo e aproveitá-o quando chega”, referiu Bryan, em setembro de 2018.
“Tem sido muito duro o caminho, mas agora, no Nacional, felizmente que as coisas estão a correr bem. Estou a trabalhar para ser mais consistente, pois é isso que distingue os bons jogadores dos banais”, acrescentou.
O ponta de lança de 23 anos adotou um discurso bastante ambicioso em termos pessoais e coletivos. “Quero marcar o máximo de golos de modo a ajudar o Nacional a alcançar um lugar nas competições europeias e quero representar a seleção”. O primeiro objetivo não parece fácil de ser alcançado – o Rio Ave, quinto classificado, já está a nove pontos – enquanto o segundo já foi concretizado, tendo sido chamado para o desafio com os Emirados Árabes Unidos, em outubro e para os recentes compromissos com o Panamá e com o Chile, nos quais foi suplente utilizado
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