Bruno Cortez, de “flop” no Benfica a um dos melhores laterais do Brasileirão

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Bruno Cortez, de “flop” no Benfica a um dos melhores laterais do Brasileirão

Foi “devolvido” pelo clube da Luz ao fim de poucos meses, mas hoje em dia é uma das grandes figuras do Grémio de Porto Alegre.

Artigo de André Cruz Martins

29-05-2018

Lembra-se de Bruno Cortez, um dos muitos defesas esquerdos que passou sem sucesso pelo Benfica na era de Jorge Jesus? Atualmente com 31 anos, tem sido uma das figuras do Grémio, sendo considerado um dos melhores jogadores do Brasileirão na sua posição.

Curiosamente, o Grémio conta com outro defesa trintão que passou pelo futebol português, mas com mais sucesso: Geromel, antigo central do Desportivo de Chaves e V. Guimarães, que até está nos 23 convocados do Brasil para o Campeonato do Mundo. Bruno Cortez, apesar das visíveis melhorias em relação ao que mostrou no nosso país, não chegou a tanto.

O defesa esquerdo é o segundo jogador mais utilizado em 2018 pelo Grémio, somando 26 partidas, todas como titular. E o seu empenho tem sido tal que até foi aconselhado pela equipa técnica a abrandar: depois de um jogo, os futebolistas do plantel utilizados tinham apenas de dar umas voltas em redor do relvado, a baixo ritmo, mas Cortez deu umas voltas a mais e teve de ser “enviado” para o balneário. “Todo o mundo aqui quer fazer história neste clube. Todos querem ganhar títulos”, frisou, a propósito do seu “excesso” de empenho.

Os primeiros clubes da carreira de Bruno Cortez foram os modestos Paysandu, Al-Shahaniya, Castelo Branco e Quissamã, clube de divisões bem secundárias no Brasil. Em 2011 estreou-se no campeonato carioca, ao serviço do Volta Redonda e chamou a atenção do Botafogo, para onde se transferiu. Logo na época de estreia, foi considerado o melhor lateral esquerdo do Brasileirão e chegou à seleção brasileira. Na temporada seguinte, transferiu-se para o São Paulo e mais uma vez esteve em grande destaque, ao fazer 74 jogos em 78 possíveis e sendo uma peça importante na conquista da Copa Sul-Americana.

Benfica já nem o inscreveu na Champions

Até que de repente e quando nada o fazia prever, deixou de ser opção no São Paulo e teve de arranjar clube para jogar mais. Chegou ao Benfica no início da temporada de 2014/15 como 14º defesa esquerdo contratado na era Jorge Jesus, com a intenção de relançar a carreira, mas fez apenas sete jogos oficiais em Portugal. No início da época até foi titular, mas nunca convenceu e na memória de muitos adeptos do Benfica ainda está a péssima exibição que realizou em Alvalade num desafio com o Sporting.

O clube da Luz rapidamente assumiu que Cortez era um “flop” e no último dia de mercado contratou Siqueira, que logo se assumiu como titular. De resto, Bruno Cortez já nem foi inscrito na Liga dos Campeões e, como seria de esperar, o Benfica deixou-o sair em janeiro. Foi cedido pelo São Paulo ao Criciúma, da Série B brasileira, onde voltou a atuar com regularidade.

Na despedida de Portugal, explicou o que na sua opinião falhou. “Na tática do Benfica os laterais quase só defendem, o que dificultou a minha afirmação, pois não é assim que jogamos no Brasil. Foi pela forma como chego ao ataque que me consegui destacar e cheguei à seleção brasileira. No entanto, nada tenho para reclamar do período em que defendi o Benfica, pelo contrário e serei eternamente grato ao clube e ao Jorge Jesus pela oportunidade que me deu”, realçou.

A conquista da Copa dos Libertadores de 2017

Depois do Criciúma, transferiu-se para o futebol japonês, mais concretamente rumo ao Albirex Niigata, onde foi quase sempre opção, mas sem se destacar por aí além, sendo contratado pelo Grémio no início de 2017, mas sendo alvo de muitas piadas dos adeptos rivais, que acreditavam que o clube de Porto Alegre estava a ir buscar um jogador talhado para o insucesso. Nos primeiros tempos foi suplente de Marcelo Oliveira, mas dadas as más prestações do colega, pouco a pouco foi ganhando o seu espaço, até se tornar num futebolista imprescindível, quase sempre com exibições acima da média e figura importante na conquista da Copa dos Libertadores de 2017.

Bruno Cortez confessa que não poderia estar mais feliz. “Tive uma fase muito boa no Botafogo, em que fui eleito o melhor lateral do campeonato brasileiro de 2011 e pude ir para a Seleção. No São Paulo, vivi momentos maravilhosos e cheguei a fazer 74 jogos na temporada, fui o melhor lateral do Paulista e ganhei a Sul-Americana. Mas é no Grémio que estou a viver a melhor fase da minha vida. Sinto-me um jogador completo, mas sempre querendo evoluir todos os dias”, revelou, em entrevista ao “Globo Esporte”.

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André Cruz Martins

29-05-2018



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