Manchester City e Liverpool defrontaram-se num jogo que poderia ditar o adeus da equipa de Guardiola à conquista do campeonato inglês. Os blues acabaram por ganhar (2-1), diminuindo a distância para o líder da Premier League e numa equipa de grandes estrelas o destaque acabou por ir para um português: Bernardo Silva.
O médio é imprescindível para Pep Guardiola, que volta a ter um baixinho (1,73 m – Messi, que treino no Barcelona, tem 1,70) como pedra basilar de uma equipa treinada por si. Algo que fica bem evidente nas palavras que o treinador dedicou ao português no final do jogo. “Ele fez tudo o que lhe pedimos. Ajudou-nos, ganhou todos os duelos”, começou por dizer. “Mostrou-nos que para jogar futebol basta ser bom. Não é preciso ser grande e alto. Ele é incrível. Hoje foi… Há muito tempo que não via uma exibição assim, em todos os sentidos. Com a bola, é preciso, limpo, inteligente. Saltava com o Van Dijk, ganhava duelos com ele. Foi incrível”, acrescentou.
“Há muito tempo que não via uma exibição assim, em todos os sentidos”
E os números provam que o treinador tem todos os motivos para ficar satisfeito com tudo aquilo que Bernardo Silva acrescenta à equipa. Por exemplo, no jogo contra o Liverpool, o português reforçou o estatuto de jogador que mais quilómetros corre num jogo. Contra os reds, Bernardo Silva percorreu 13,7 quilómetros, superando os 13,65 que também eram seus.
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Recorde-se que já no início da época Pep Guardiola tinha dito que o “Manchester City é Bernardo Silva e mais 10”, realçando que o português estava acima dos restantes colegas, no que à forma diz respeito. E quem nunca teve dúvidas do talento do jogador português foi Fernando Chalana, antiga glória do Benfica, que apelidou Bernardo Silva de “Messizinho”, numa altura em que era um dos jovens talentos do Caixa Futebol Campus. “É bom ser associado com esse tipo de jogadores”, disse Bernardo Silva, em declarações ao Manchester Evening News.
Defesa-esquerdo para Jorge Jesus
Mas nem tudo foram rosas no Benfica, pois Bernardo Silva nunca foi opção para Jorge Jesus, algo que fez com que preferisse sair para o Mónaco de Leonardo Jardim, onde se destacou antes de rumar ao Manchester City, a troco de 50 milhões de euros. E foi em França que o médio recordou os momentos menos bons passados de águia ao peito.
“Fiz três jogos, mas sempre a entrar nos últimos cinco minutos. [Com Jesus] treinava com a equipa principal, mas como lateral-esquerdo. Percebi que não tinha futuro naquela equipa”, disse ao L’Equipe. “Fiz toda a formação como médio-ofensivo ou ala-direito. Era a primeira vez que treinava regularmente como lateral-esquerdo. Foi a primeira pré-temporada no Benfica e, quando somos colocados numa posição que não é a nossa, tudo fica mais complicado”, explicou.
“Quando somos colocados numa posição que não é a nossa, tudo fica mais complicado”
Acabou por ser emprestado aos monegascos que não tiveram dúvidas em avançar para a compra do passe do jogador, gastando uns “modestos” 15,75 milhões de euros. Depois de conquistar o título francês rumou a Inglaterra onde já conquistou um campeonato. É ainda aposta frequente de Fernando Santos na seleção nacional.
Fotos: Reprodução Instagram
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