Benfica falha taça de hóquei por protesto

Benfica falha taça de hóquei por protesto

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Benfica falha taça de hóquei por protesto

Equipa da Luz vai falhar a prova que se realiza em Gondomar como forma de protesto pela arbitragem do jogo contra o Sporting (5-5), que permitiu que o clube perdesse o título de campeão para o FC Porto.

Artigo de Hugo Mesquita

23-06-2017

O Benfica anunciou esta sexta-feira que não vai comparecer na final-four da taça de Portugal de hóquei em patins, este sábado, em Gondomar, em protesto com o “estado de degradação que atingiu este ano a cúpula da modalidade”.

A equipa ‘encarnada’ protestou veementemente contra a arbitragem do jogo da última jornada do campeonato, que opôs a equipa da luz ao Sporting, e que terminou empatado a 5 golos. Em caso de vitória, o Benfica seria o campeão nacional da modalidade, mas com o empate, o FC Porto ficou com o título.

As outras equipas em prova são o FC Porto, o Física de Torres Vedras e o Sporting de Tomar. O Benfica tinha encontro marcado no sábado com os ‘dragões’, depois do jogo que opõe o Física e o Sporting de Tomar.

Veja o comunicado do Benfica na íntegra:

“O Sport Lisboa e Benfica informa que não comparecerá, este sábado, em Gondomar, na final four da Taça de Portugal de Hóquei em Patins.

Esta decisão da Direção do Sport Lisboa e Benfica justifica-se pela necessidade e urgência de se tomar uma posição clara que demonstre o estado de degradação que atingiu este ano a cúpula da modalidade e o total desacordo com alguns critérios – ou falta deles – da parte da direção da Federação Portuguesa de Patinagem (FPP) e dos órgãos que a compõem (Conselho de Arbitragem, Conselho de Disciplina e Conselho de Justiça).

Importa realçar que esta decisão nada tem a ver com as outras três equipas que, de forma meritória, conquistaram o direito legítimo de competir, nesta fase final da prova, pela conquista da Taça 2016/17.

Ao longo de toda a época, a equipa de Hóquei em Patins do Sport Lisboa e Benfica foi sentindo que muito dificilmente poderia jogar em igualdade de circunstâncias com outros competidores no Campeonato Nacional, por circunstâncias alheias à mera e sã competição desportiva.

Perante evidentes sinais de dualidade de critérios nos bastidores, decisões erradas em pista e sucessivas nomeações de árbitros difíceis de compreender, jogadores e equipa técnica levaram a definição do campeão até à última jornada, com assinalável resiliência e espírito competitivo. Mas infelizmente, o pior estava para acontecer.

No decorrer do dérbi de Alverca – intenso, competitivo, uma autêntica final –, ficou clara a inexistência de imparcialidade em algumas decisões, quer para quem o viu no pavilhão quer para os muitos milhares que acompanharam as incidências da emotiva partida pela televisão. Algo que ficou bem expresso, pela forma como foi anulado de forma inexplicável, a poucos segundos do apito final, o golo que daria o 6-5 e muito provavelmente a conquista do 24.º Campeonato para o SLB.

Sobre todos estes temas, o Sport Lisboa e Benfica vai apresentar uma vasta exposição junto das entidades competentes, que deverão analisar, entre outros aspetos relevantes, a viabilidade dos atuais órgãos da FPP e até a “utilidade pública” da mesma federação que, nas mais diversas áreas, continua a anos-luz dos principais clubes que compõem aquele que é considerado o melhor campeonato do mundo.

O SL Benfica procurou, durante toda a temporada, junto das instâncias oficiais, compreender as razões para o estranho critério de nomeação de árbitros, mas não foi possível ouvir explicações e isso diz algo das decisões tomadas. Pediu justiça para os injustificáveis castigos a atletas do Clube – até por comparação com outras situações –, mas, mais uma vez, não foi bem sucedido.

No final de tudo isto, parece que os únicos a quem foi “tirado o sono” foi aos atletas, técnicos, dirigentes e adeptos do SL Benfica, como o comprovam declarações públicas de alguns responsáveis de órgãos pertencentes à FPP ou até a nomeação para o jogo da meia-final da Taça.

Nas últimas cinco temporadas, o SL Benfica sagrou-se duas vezes Campeão Europeu, conquistou muitas provas do calendário nacional com as suas equipas seniores masculina e feminina (que também venceu uma Liga Europeia), colaborou para o desenvolvimento do hóquei em patins jovem, organizou eventos e participou em iniciativas de promoção à modalidade e, em conjunto com os outros clubes, contribuiu para as grandes audiências televisivas do hóquei em patins. Acabou, contudo, por ser ignorado e perseguido durante toda esta temporada. A anulação de um campeonato a 23 segundos do final, sem qualquer motivo para tal, é apenas o espelho de uma época em que nunca houve igualdade de circunstâncias.

O Clube toma esta inédita decisão na sua história não apenas por interesse próprio, mas acima de tudo pelo bem da modalidade. É impossível que o profissionalismo, dedicação, empenho e paixão de clubes como o Benfica continue a conviver e estar dependente do amadorismo e “velhos hábitos” que vigoram no hóquei nacional, desde a primeira divisão às divisões inferiores, dos seniores à formação, do masculino ao feminino.

Que fique claro: tudo isto nada tem que ver com o FC Porto e a UD Oliveirense, cujas equipas lutaram arduamente pelo título nacional e que beneficiarão também, em igual medida ao SL Benfica, das evoluções positivas que se verifiquem nas estruturas que organizam as competições em Portugal.

Finalmente, porque todo o grupo de trabalho do Hóquei em Patins merece um fecho de época na companhia de quem sempre esteve presente nas bancadas, informamos que se realizará um treino à porta aberta, este sábado, no Pavilhão Fidelidade, às 18h30, hora para a qual estava agendada a meia final da Taça, em Gondomar.”

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Artigo de
Hugo Mesquita

23-06-2017



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