O Mundial da Coreia (2002) não é de boa memória para os portugueses. Desde a polémica no momento da convocatória com Kenedy a acusar doping e a ficar de fora dos eleitos de António Oliveira até à eliminação precoce e ainda à agressão de João Vieira Pinto a um árbitro, tudo foi mau. Mas foi também nesta competição que aconteceu aquele que é considerado um dos jogos mais polémicos de sempre e que foi arbitrado por Gamal Al-Ghandour.
A Espanha, comandada por Camacho – que viria a treinar o Benfica – foi eliminada da competição pela seleção da casa, Coreia do Sul, nos quartos de final, perdendo nas grandes penalidades. Mas o pior foi o que aconteceu durante o tempo regulamentar, com dois golos mal anulados à La Roja, e foras de jogo mal assinalados.
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17 anos depois, os espanhóis ainda não esqueceram aquele que é considerado um dos jogos mais polémicos da história do futebol e que levantou suspeitas de suborno ao árbitro Gamal Al-Ghandour. Num documentário, que acaba de estrear em Espanha, o árbitro desmente qualquer suspeita. “Sou Muçulmano e tenho perfeita consciência do que posso fazer e do que é proibido. Em 2002 só por estar no Mundial recebi 23 mil euros. Tinha prémios diários de 198 euros, só por lá estar. No total saí de lá com 39 mil euros. Acham mesmo que ia ser subornado se estava a ganhar todo aquele dinheiro assim? É uma vergonha ainda hoje falar-se disso”, diz à equipa da Movistar que fez o trabalho.
Veja o resumo do polémico jogo
No documentário ouve-se ainda o desabafo do selecionador depois do final da partida. “Se fizeram isto à Itália que é tricampeã do Mundo, acham que não iam fazer a nós?”, diz Camacho. A Coreia do Sul só foi eliminada pela Alemanha na meia-final. Que perdeu na final para o Brasil de Scolari.
Foto: Reuters