Alassane Pléa, ponta de lança francês com ascendência maliana, é o nome do momento no campeonato alemão. Autor de um “hat-trick” na última jornada, na vitória do Borussia Möchengladbach em casa do Werder Bremen (3-1), é um dos segundos melhores marcadores da Bundesliga, com oito golos, e apenas atrás do ex-benfiquista Luka Jovic, do Eintracht Frankfurt. Soma ainda mais três golos na Taça da Alemanha.
Thorgan Hazard, irmão de Eden Hazard, é a grande estrela deste Borussia Möchengladbach, o surpreendente segundo classificado no campeonato alemão, apenas atrás do Borussia Dortmund. No entanto, a maior sensação é mesmo Pléa, de 25 anos, que chegou no último verão ao clube germânico e se adaptou com toda a facilidade ao clube e ao país.
Passou de extremo para ponta de lança
Ao longo da sua carreira, Pléa não se destacou por ser um grande goleador, o que se explica pelo facto de nem sempre ter revelado a calma necessária em frente da baliza, mas também porque foi muitas vezes utilizado como extremo no AJ Auxerre e no OGC Nice. De referir que no Olympique Lyon, onde cumpriu quase toda a formação e subiu a sénior, pouco jogou como sénior (apenas 12 jogos, com um golo marcado).
O seu rendimento na hora de atirar ao golo modificou-se para muito melhor nas duas últimas temporadas, em que passou a jogar sempre como ponta de lança. Fez um total de 35 golos ao serviço do OGC Nice e formou uma das mais letais duplas de ataque da Ligue 1 com um tal de Mario Balotelli, que logrou 43 golos no mesmo período de tempo.
Diz que aprendeu muito com Balotelli
Em abril de 2018, Pléa confessou ao jornal “Marca” que adorava fazer dupla com Balotelli. “Aprendi muito com ele, ensinou-me a ser mais eficiente.Treinar com Balotelli é ótimo, ele fala muito comigo e sem dúvida que devo muito da minha progressão a tudo o que aprendi com este grande ponta de lança”, sublinhou.
Na mesma entrevista, defendeu que o atacante italiano valia muito, mas mesmo muito dinheiro. “Eu pagaria 100 milhões de euros pelo seu passe. Marca sempre pelo menos 20 golos por temporada e com os preços que se praticam nos dias de hoje no futebol, esse valor de 100 milhões de euros não seria escandaloso”, realçou.
Recusou o campeonato inglês
A I Liga inglesa é o campeonato de sonho para grande parte dos futebolistas, mas não para Alassane Pléa, como se comprova pelas declarações que proferiu em outubro. “É claro que é lisonjeiro ouvir que os clubes da Premier League estavam interessados em mim, mas queria mesmo muito vir para a Alemanha porque aqui um futebolista tem tudo o que precisa para passar ao próximo nível e melhorar”, realçou, depois de ter recusado propostas do West Ham e do Newcastle FC no último verão.
E desfez-se em mais elogios à Bundesliga. “Para além de ser uma Liga extremamente competitiva, tudo o que gira à sua volta é impressionante, com quase todos os jogos a estarem vendidos antecipadamente e com uma ótima atmosfera, com adeptos muito apaixonados. É sem dúvida um campeonato que tem um nível muito mais alto do que o francês, principalmente em termos de intensidade. É tudo muito sério e profissional e mesmo nas sessões de treino nada é deixado ao acaso. Estou muito feliz aqui porque adoro esta mentalidade de exigência”, frisou.
Conhecido pela solidariedade
Em março de 2018, Pléa tornou-se no primeiro jogador do campeonato francês a doar 1% do seu salário a instituições de caridade, seguindo o exemplo do espanhol Juan Mata, promotor da iniciativa “Common Goal”, que tem como objetivo ajudar a desenvolver o futebol em países carenciados. No entanto, ao invés de se juntar ao espanhol nesse projeto, permitiu que o OGC Nice escolhesse a instituição a quem seria entregue o dinheiro.
“Ao ver o belo exemplo do Mata, comecei a pensar na possibilidade de doar uma percentagem do meu salário. No entanto, preferi realizar o processo através do meu clube porque tenho total confiança na forma como o dinheiro será usado”, explicou.
A histórica vitória frente ao Bayern
Com grande contributo de Pléa, o Borussia Dortmund segue num inesperado segundo lugar no campeonato alemão e com mais três pontos do que o hexacampeão Bayern Munique. A vitória mais mediática foi precisamente em casa do gigante bávaro, por impressionantes 3-0 e com um golo da sua autoria. “Fomos sólidos como uma rocha em Munique. Para além de não corrermos qualquer risco nas costas da nossa defesa, fomos uma ameaça sempre que nos chegámos à frente. Mostrámos o nosso potencial mas também a autoconfiança que temos. Foi uma vitória incrível”, destacou.
Chamado à seleção francesa
O grande momento de Alassane Pléa mereceu a sua primeira chamada à seleção A francesa, tendo em vista os jogos com a Holanda – esta sexta-feira, para a Liga das Nações – e para o particular com o Uruguai, na próxima terça-feira. “Estou muito feliz e esta convocatória mostra que estou no caminho certo e que fiz a escolha certa ao vir para a Alemanha”, referiu.
Siga o ParaEles no Instagram
Siga o ParaEles no Instagram
