6 razões para os sportinguistas acreditarem no título de campeão

6 razões para os sportinguistas acreditarem no título de campeão

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6 razões para os sportinguistas acreditarem no título de campeão

Depois de um final de época traumático e de meses de enorme instabilidade, os leões estão a ter um dos melhores arranques de temporada das últimas décadas.

Artigo de André Cruz Martins

13-12-2018

A 15 de maio, o ataque aos jogadores do Sporting em Alcochete deixou os adeptos leoninos em estado de choque. As consequências nefastas fizeram-se sentir de imediato, pela má imagem transmitida a todo o mundo e, dentro de campo, cinco dias depois, a derrota na final da Taça de Portugal com o Desportivo das Aves foi outro efeito colateral.

Seguiram-se semanas de enorme turbulência, em que o Sporting só foi falado por razões negativas na comunicação social. Nove jogadores pediram a rescisão unilateral de contrato, ainda que três deles tenham acabado por regressar (Bruno Fernandes, Bas Dost e Battaglia). Em junho, o presidente Bruno de Carvalho acabou destituído em Assembleia Geral e a 8 de setembro foi eleita a nova direção, liderada por Frederico Varandas.

Entretanto, o ex-presidente acabou detido, mas acabaria por sair em liberdade, mas ainda é preciso esperar pelo Julgamento, para perceber se esteve diretamente envolvido ou se tinha conhecimento do infame ataque aos seus próprios jogadores. Ou seja, confusões atrás de confusões.

Terceiro melhor arranque desde 1994/95

Não deixa de ser espantoso que a equipa de futebol do Sporting esteja a responder a todos estes incríveis episódios com um notável início de temporada. As 15 vitórias, dois empates e quatro derrotas nos primeiros 21 jogos oficiais da temporada são o terceiro melhor arranque dos últimos 24 anos e com registos muito próximos dos dois mais profícuos: 15 triunfos, cinco igualdades e um desaire em 1994/95, sob o comando de Carlos Queiroz; 15 vitórias, três empates e três derrotas em 2015/16, na primeira época de Jorge Jesus. Se nos centrarmos no campeonato, este é igualmente o terceiro melhor arranque no período em questão, com 28 pontos em 12 jornadas. Melhor só nas épocas já referidas, com Jesus a alcançar 32 pontos e Carlos Queiroz a chegar aos 30 pontos.

Muito melhor com Keizer

A chegada de Marcel Keizer ajudou a cimentar este bom arranque dos leões: com o técnico holandês foram quatro vitórias em quatro jogos, com 17-4 em golos. José Peseiro, o seu antecessor, tinha alcançado 11 vitórias, dois empates e quatro derrotas, com 32-17 em golos. Ou seja, a média de golos sofridos com os dois treinadores é igual (um por jogo) mas há uma diferença abissal nos golos marcados: 4,25 para Keizer e 1,88 para Peseiro.

Possivelmente nem os sportinguistas mais otimistas acreditavam que depois de tantas convulsões, o clube do coração chegaria às portas do Natal em segundo lugar no campeonato, a dois pontos da liderança, ainda em prova nas restantes competições.

Será que os adeptos têm razões para acreditar numa época de sucesso e eventualmente na conquista do título, 17 anos depois da última vez em que o Sporting ganhou o cetro máximo em Portugal? Descobrimos seis razões para algum otimismo.

1. Bas Dost, goleador sem igual

69 golos em 68 jogos na I Liga é o impressionante registo de Bas Dost em jogos da I Liga portuguesa. Ou seja, a média é superior a um golo por jogo. Nem sequer Mário Jardel se pode orgulhar de um feito destes, pois o antigo ponta de lança do FC Porto e do Sporting fez 185 golos em 186 partidas.

O gigante holandês falhou cinco jogos deste campeonato devido a lesão, mas já está isolado na liderança dos melhores marcadores, com oito golos em sete partidas.

2. Bruno Fernandes, o “canhão” da Maia

Desde Balakov que não se via nada assim no Sporting. Correção: nem o virtuoso búlgaro que encantou gerações de sportinguistas se pode orgulhar da média de golos que Bruno Fernandes tem alcançado com a camisola do Sporting. O “canhão” da Maia (alcunha que se deve à facilidade de disparo de fora da área) já leva dez golos em 21 jogos na época em curso e se mantiver o ritmo vai superar os 21 golos que Balakov conseguiu em 1993/94, a sua melhor temporada em Alvalade.

Arriscamos dizer que nenhuma equipa portuguesa dispõe de um médio com tanta queda para o golo.

3. A fortaleza de Alvalade

O Sporting é a única equipa da I Liga portuguesa que soma por vitórias os jogos disputados em casa na época em curso (seis até ao momento). O FC Porto tem seis vitórias e uma derrota (com o V. Guimarães), o Sp. Braga cinco triunfos e um empate (com o Rio Ave) e o Benfica um empate (Sporting) e uma derrota (Moreirense).

Por incrível que pareça, desde 1990/91, sob o comando de Marinho Peres, que o Sporting não sabia o que era ganhar as seis primeiras jornadas diante dos seus adeptos.

4. O renascimento de Nani

Quando Nani regressou ao Sporting no início da temporada muitos sportinguistas “torceram o nariz”, pensando que o extremo estava acabado ou perto disso.

O início do capitão não foi espantoso e até esteve envolvido numa polémica com José Peseiro, que o deixou de fora um jogo depois de uma reação de desagrado a uma substituição.

O extremo de 32 anos foi melhorando gradualmente de rendimento e nas últimas semanas temos visto um Nani muito próximo da sua melhor versão. Já soma oito golos em 18 jogos, não estando longe do recorde numa época inteira: 12 golos no Sporting, em 2014/15 e no Fenerbahçe, em 2015/16. E só um fora de série nos poderia oferecer obras primas como os golos apontados ao Qarabag e ao Desp. Aves.

5. Baixas expetativas podem ajudar

O Sporting começou a época com as expetativas claramente em baixo, devido aos acontecimentos que afetaram a vida do clube nos últimos meses. A verdade é que isso até poderá ser benéfico, libertando os jogadores da pressão de terem de ser campeões nacionais.

Por outro lado, a chegada de um treinador estrangeiro, pouco familiarizado com as “questínculas” do futebol português e com os tradicionais problemas do Sporting, também poderá ter ajudado a desanuviar o ambiente.

De recordar que no início da época de 1999/2000, quando os verdes e brancos quebraram o jejum de 18 anos, as expetativas também era muito baixas, depois do quarto lugar obtido na época anterior, com Mirko Jozic como treinador.

6. O talismã Santa Clara

Para quem é supersticioso, há uma particularidade que também ajuda a algum otimismo: nas duas últimas temporadas em que o Sporting foi campeão nacional (1999/2000 e 2001/02) o Santa Clara estava na I liga, sendo que em toda a história, os açorianos só estiveram na divisão principal em mais uma ocasião.

Esta época ficou marcada pelo regresso do Santa Clara ao convívio dos grandes e a verdade é que foi precisamente diante desta equipa que o Sporting iniciou o trajeto vitorioso em curso após a saída de José Peseiro: nessa tarde, com o interino Tiago Fernandes ao leme, os leões registaram a primeira de quatro vitórias seguidas na I Liga e desde esse dia somaram seis vitórias e um empate em sete partidas. E a igualdade foi em casa do poderoso Arsenal.

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André Cruz Martins

13-12-2018



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