O ano é 1993. É com grande estrondo que Filadélfia chega às salas de cinema. O filme, realizado por Jonathan Demme, apresenta um elenco de luxo no qual se destacam nomes como Denzel Washington e Antonio Banderas. Isto sem esquecer Tom Hanks, protagonista da trama e então um nomes que começava a destacar-se em Hollywood. Mas o que faz desta longa-metragem um filme que tanto deu que falar?
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Nos dias que correm, falar de homossexualidade e de doentes infetados com HIV é algo perfeitamente normal. Mas em 1993 não era assim. E Filadélfia ousou tocar no tema. Com Tom Hanks a dar vida a Andrew Beckett, um jovem advogado homossexual infetado com HIV que acaba por ser marginalizado por isso. E que decide processar a empresa que o despediu devido à orientação sexual e doença. Na altura, Filadélfia deu palco mundial a um tema de que poucos falavam e que era um grande tabu.
“Poderia um ator hétero fazer o papel de um homem gay hoje?”
Este é também o filme que dá o primeiro Óscar de Melhor Ator a Tom Hanks. Ainda assim, a estrela de Hollywood assume que recusava entrar no filme caso a proposta lhe fosse feita hoje. Porquê? Porque não é homossexual. “Poderia um ator hétero fazer o papel de um homem gay hoje? Não, muito certamente. O grande ponto daquele filme era que as pessoas não tivessem medo. E elas não ficaram com medo, porque quem estava a interpretar o homem gay naquele filme era eu”, disse ao The New York Times, em 2022. “Nós já passamos por isso e acho que hoje as pessoas não iriam aceitar a falta de autenticidade de um homem hétero a interpretar um homem gay”, continua. “Não, não é nenhum crime, não é digno de vaia que alguém demande mais verosimilhança à realidade numa obra”, termina.
Fotos: Reprodução IMDb