Estávamos em 2014 quando Ricardo Araújo Pereira – ou RAP, como também é conhecido – estreava o seu primeiro programa a solo na TVI. Sete anos depois, o agora humorista da SIC recorda “Melhor do que Falecer” como uma “das coisas mais absolutamente fracassadas” da sua carreira. “Uma vez, a TVI contratou-me para eu fazer um programa durante três meses. Era um contrato… Muito chorudo. Pensei fazermos um programa de cinco minutos diário, a seguir ao telejornal”, recorda o comediante, em conversa com Bumba na Fofinha, nome artístico de Mariana Cabral, para o podcast “RESET”. Para o programa em questão, Ricardo Araújo Pereira reaproveitou “vários textos” que “tinha feito na Rádio Comercial, onde tinham sido um grande êxito” na rubrica que lá assinava. “Então, reconvertia-os em sketches e punha na televisão”, lembra. Mas tal não resultou. “Precisamente por terem sido um grande êxito na Rádio Comercial, ninguém queria ver aquilo feito outra vez. Ninguém queria ver aquilo!”, constata.
Ricardo Araújo Pereira e o contrato chorudo que foi o seu maior fracasso
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Bumba na Fofinha considera que RAP foi “ingénuo” por acreditar no sucesso do formato. O humorista prefere usar a palavra “estúpido”. “Eu sou preguiçoso, mas aí nem se tratava disso. Foi uma má avaliação, que vinha dos tempos em que escrevíamos para o Herman [José] e, muitas vezes, reconvertíamos sketches para televisão e aquilo passava. Mas passava porquê? Porque eram outros tempos. Aquilo dava na Antena 1, de manhã, e não havia YouTube, podcasts, nada…”, contextualiza.
Contrato de RAP tinha “imensos zeros” e diretor da TVI quis conversar com ele
Face ao fracasso de “Melhor do que Falecer”, Ricardo Araújo Pereira foi chamado por um responsável da estação de Queluz de Baixo. “A meio desse contrato – volto a dizer, era um contrato mesmo com imensos zeros -, um diretor da TVI chama-me e diz assim: ‘O seu programa tem um problema. O intervalo da SIC tem mais audiência do que o seu programa’”, revela agora. RAP “disse imediatamente” que aceitaria rescindir o vínculo contratual. “Como é óbvio, resolvemos já o contrato. Não se preocupe! Eu não faço finca-pé. Pára já aqui”, afirmou o comediante ao diretor em questão. Mas este não quis tomar uma medida radical. “Ele disse-me: ‘Não, não, não. Vamos cumprir o contrato. Queríamos só que reformulasse isto e tal…’ E eu comecei a fazer outra coisa”, conta. Saiba mais aqui sobre este assunto.