claudio cataño em cem anos de solidão

Cem Anos de Solidão: Os grandes obstáculos da Netflix para criar a série de que todos falam

Culto

Cem Anos de Solidão: Os grandes obstáculos da Netflix para criar a série de que todos falam

Cem Anos de Solidão teve um investimento inicial de quase 50 milhões de euros e Netflix teve de superar muitos desafios para dar vida à obra de Gabriel García Márquez.

Artigo de Bruno Seruca

12-12-2024

A Netflix já disponibilizou os primeiros oito episódios de Cem Anos de Solidão, série que se inspira na obra marcante do escritor colombiano Gabriel García Márquez. A nova aposta do serviço de streaming teve de lidar com um grande obstáculo para ganhar vida. Afinal, como é que se consegue transformar em série um livro que conta com personagens que são vistos como uma espécie de património de um país e que são imaginados de forma especial pelos leitores que se têm entregado ao livro há quase 60 anos.

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Este desafio sempre foi um dos receios do escritor colombiano. Até porque Gabriel García Márquez chegou a assumir publicamente que não queria que Cem Anos de Solidão fosse transformado num formato televisivo. Agora, e após um trabalho de vários anos, chega à Netflix a série que se inspira num dos livros mais famosos de sempre. E esta é mesmo uma grande aposta do serviço de streaming. Que teve de abrir os cordões à bolsa para, por exemplo, criar uma versão do povoação de Macondo, construída no sul da Colômbia. Também o processo criativo foi demorado e bastante complexo.

Gabriel García Márquez não quis, durante muito tempo, ceder os direitos do livro

“Prefiro que os meus leitores continuem a imaginar os meus personagens”, disse Gabriel García Márquez numa entrevista a uma rádio em 1991. Razão pela qual o escritor esteve mais de 50 anos sem ceder os direitos do livro. Mas tudo mudou a partir de 2014, ano da morte do autor. Passados quatro anos, dois filho do escritor cederam os direitos à Netflix. “O nosso esforço foi mostrar uma família muito real, colombiana, à qual acontecem coisas mágicas. E, ao redor disso, mergulhar os telespectadores num universo onde se sentissem em Macondo”, revela Laura Mora, uma das realizadores da série, à BBC News Mundo.

Desafios que a Netflix teve de superar

Laura Mora não esconde que a equipa lidou com vários desafios. “Por exemplo, no romance há poucos diálogos, e tivemos que fazer um grande trabalho para entender como esses personagens falavam, como se comunicavam entre si”, conta. Além disso, existiam condições para fazer a série. Uma delas era que teria que ser gravada na Colômbia. Existem relatos que de que Netflix gastou 48 milhões de euros só para iniciar o projeto.

Ainda assim, o grande desafio foi escolher os rostos dos personagens principais. “É muito difícil competir com a nossa própria imaginação, com os Buendía que cada um tem na cabeça. Então, o que fizemos foi realizar um trabalho muito rigoroso no processo de seleção do elenco. E também percorremos toda a Colômbia à procura de novos talentos”, explica Laura Mora. “Acredito que essa aposta que fizemos, de respeitar o romance e ser justos, permitiu encontrar atores que realmente deram vida, materialidade e alma a esses personagens. E acho que esse é um dos grandes méritos da série”, acrescenta. Outro detalhe de destaque é que não existem efeitos especiais na série, para que fosse o mais artesanal possível.

Fotos: Reprodução IMDb

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Artigo de
Bruno Seruca

12-12-2024



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