“Os filmes não estão piores, mas sim o público”. Quem o diz é um consagrado da sétima arte, o realizador Paul Schrader que, entre vários trabalhos, destacou-se por ter escrito os argumentos de filmes como “Taxi Driver” e “O Touro Enraivecido”, dois clássicos de Martin Scorsese brilhantemente interpretados por Robert De Niro.
O realizador contraria a ideia de que a década de 70 foi a era de ouro do cinema norte-americano. Para Schrader a qualidade dos filmes está intimamente ligada com o público.
“Existem pessoas que falam do cinema americano dos anos 70 como um período fabuloso. Até certo ponto foi, mas não por existirem cineastas mais talentosos. Aliás, provavelmente existem mais cineastas talentosos hoje do que nos anos 70. O que havia nos anos 70 eram melhores audiências”, defendeu Schrader.
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“No Coração da Escuridão” é o mais recente trabalho de Paul Schrader
O cineasta rejeita a ideia de que os filmes atualmente têm menos qualidade por culpa dos realizadores, remetendo a culpa para os espectadores, que “não levam os filmes a sério”.
“Quando as pessoas levam os filmes a sério, é muito fácil fazer um filme sério. Quando não os levam a sério, é muito, muito difícil. Agora temos espectadores que não levam os filmes a sério, portanto é difícil fazer um filme sério para eles. Não somos nós, cineastas, que vos estamos a desiludir, são vocês, espectadores, que nos estão a desiludir”, garante o realizador.
Paul Schrader remata afirmando que se os espectadores tiverem disponíveis para “filmes de qualidade, acreditem que irão tê-los”. Certo é que o mais recente trabalho do realizador, “No Coração da Escuridão” parece encaixar neste estatuto de “filme sério”.
O filme protagonizado por Ethan Hawke e Amanda Seyfried recebeu várias críticas positivas. Fala sobre um padre que vê a sua fé colocada em causa com negócios pouco “claros” na sua Igreja.
Foto: Reuters/ Alessandro Bianchi