Ao longo das últimas décadas, assistimos ao despontar de um mundo altamente tecnológico. Na verdade, a rapidez com que as estruturas digitais evoluíram foi impressionante, fazendo com que, em questão de poucos anos, se alterassem quase todas as dinâmicas sociais, culturais e mesmo económicas e políticas.
Se, para muitas pessoas, o mundo digital é ainda um espaço de lazer e de pesquisa; para outros, este já se tornou uma fonte de rendimento. Perante a crise económica que Portugal viveu e considerando os complexos cenários criados pelos salários insuficientes, as dívidas bancárias relacionadas com o sistema de crédito e também pelos altos índices de desemprego, muitos portugueses encontraram alternativas laborais no mundo digital.
O trabalho online ganhou muita expressão em Portugal. Além de oferecerem mais trabalho como freelancers no meio digital, os portugueses ainda se renderam a outro tipo de atividades, como produtores de conteúdos no Youtube ou nas redes sociais. Uma das soluções preferenciais, no entanto, pareceu ser o recurso ao e-commerce, com a criação de lojas online. Utilizando as ferramentas, as aplicações e os parceiros que surgem no meio digital, os portugueses aproveitaram a grande facilidade na criação de empresas online para se lançarem no e-commerce.
No entanto, com um mercado internacional (e nacional) cada vez mais saturado, conseguir permear o setor para chegar até aos clientes nem sempre é fácil. Assim, tornou-se necessário, também, compreender quais as estratégias que podiam garantir o sucesso neste mercado. Conheça, então, algumas das formas como os portugueses garantem as vendas no e-commerce e como está, atualmente, o consumo online em Portugal.
Formas de garantir as vendas no e-commerce português
O mercado de e-commerce português depara-se com desafios. Além de as compras digitais serem internacionais – o que aumenta imensamente a concorrência – em Portugal também existem várias lojas com interesse para o consumidor, que ocupam espaço de relevância e acabam por “esconder” as novas empresas online.
Para garantir as suas vendas, os portugueses tentam, por isso, criar marcas com uma identidade mais forte, aproveitar os métodos de venda mais eficazes (como o dropshipping), escolher os melhores parceiros (como aqueles que ajudam na criação de nomes e logótipos ou empresas de mockups de camisetas, por exemplo) e também a melhor gama de produtos.
Aliando os princípios do marketing a uma análise de dados estatísticos – incluindo os cookies e as ferramentas oferecidas pelas redes sociais – com as melhores estratégias logísticas e de promoção, os portugueses tentam, assim, contrariar as lógicas de mercado e obter o sucesso online.
Ao longo dos anos, alguns casos de sucesso tornaram-se evidentes e até as grandes lojas começaram a migrar para o online, onde desenvolvem atividade paralela com as suas lojas físicas, para atingir um público mais amplo e garantir o interesse de um leque mais vasto de consumidores. Perante isto, é possível afirmar que, apesar das dificuldades, ainda existe um espaço de possibilidades a explorar no meio digital.
O consumo digital em Portugal em 2019
As oportunidades no meio digital português, ainda assim, não poderiam existir se não estivéssemos a assistir a uma mudança no perfil do cliente luso. Um estudo que foi recentemente divulgado pelos Correios de Portugal (CTT) revelou que assistimos, hoje, a uma alteração muito intensa nos hábitos de consumo nacionais.
Num relatório sobre 2019, os CTT revelaram que existe, agora, uma procura mais intensa pelos produtos em lojas online e uma tendência para que o próprio consumidor afirme preferir este tipo de comércio.
Segundo este relatório, o e-commerce português somou 5 mil milhões de euros em 2019, um número que assinala um crescimento de 17% face a 2017. Este aumento foi feito a par com o aumento no número de lojas online, que são agora 10% mais.
Além destes dados, o relatório dos CTT revelou ainda que, quando inquiridos sobre os seus hábitos de consumo, 40% dos portugueses afirma que prefere comprar online do que fazê-lo nas lojas convencionais, sendo que 46% dos portugueses diz ainda que já compra online regularmente.
Além de procurarem mais as lojas online, a tendência está a ser para que cada consumidor faça mais compras. Isto manifestou-se, em 2019, num aumento de 14% na venda de produtos digitais. O crescimento do mercado online de vendas em Portugal, no entanto, não significa, ainda, que os portugueses prefiram as lojas online portuguesas. Segundo o estudo apresentado, as lojas britânicas, chinesas e espanholas são aquelas nas quais os portugueses mais investem na atualidade.