Acesso a crédito pessoal: o que pode mudar com a inflação?

Acesso a crédito pessoal: o que pode mudar com a inflação?

Consumo

Acesso a crédito pessoal: o que pode mudar com a inflação?

Vai o mercado do crédito pessoal alterar com a inflação? O que está em causa? Saiba o que pode mudar com o aumento das taxas de juro nos empréstimos.

Artigo de Equipa Paraeles

15-11-2022

Não existe um tema mais importante do que o aumento do preço dos bens e serviços na Europa. Apesar do maior foco estar no crédito habitação porque são financiamentos de elevado valor e um pequeno aumento percentual do crédito pode fazer tremer o orçamento, o mesmo clima de incerteza cai sobre o crédito ao consumo. Não propriamente a quem já tem crédito contratado porque por norma neste meio as taxas são fixas, o que significa que ao contratar um financiamento ao consumo vai pagar o mesmo valor independentemente das alterações praticadas no mercado. Mas, o que pode acontecer no futuro? Quão limitados ficam os portugueses em conseguir crédito pessoal rápido Pode não parecer alarmante para já, mas em certo momento é comum existirem pedidos de financiamento seja para realizar uma obra ou cobrir uma despesa urgente. Neste sentido o paradigma pode mudar ou pelo menos ficar mais condicionado para algumas famílias.

Os custos vs o empréstimo de dinheiro

Embora o tema seja complexo, vamos explicar de forma simples o que pode fazer variar ou não um custo de um financiamento. Os bancos que utilizamos diariamente, seja para abrir uma conta ou mesmo pedir um crédito, para prestarem esse serviço pedem dinheiro ao banco central para conseguir cobrir os seus custos na hora.Esta ação inclui também custos para as próprias financeiras, que por sua vez cobra um valor aos consumidores. Vamos explicar.

O banco central, para emprestar dinheiro, cobra uma taxa de juro à entidade financeira, que é definida pelo próprio banco central, e que por sua vez vai determinar qual o valor do empréstimo em si. Ou seja, o banco central cobra uma taxa de juro pelo empréstimo, e a entidade financeira cobra ao cliente final, sendo então uma espécie de bola de neve de encargos. Neste caso, chamamos estas de taxas de referência, e os bancos centrais podem aumentar ou diminuir para controlar o valor do dinheiro, tornando mais fácil ou mais difícil conseguir um crédito.

Ora esta é uma forma de monitorizar a inflação e o aumento dos preços. Isto porque as empresas e as pessoas têm hábitos muito comuns de pedir dinheiro aos bancos para ter mais poder de compra, seja para comprar uma casa, um automóvel ou investir num negócio. Isto significa que, se de alguma forma as empresas e as pessoas ficam com menos acesso a dinheiro, os preços tendem naturalmente a cair porque a procura por bens e serviços é menor.

Como fica o mercado do crédito pessoal?

Pois bem, a fórmula é até bastante simples. Imaginando que alguém procura um crédito pessoal para comprar um carro e pede uma simulação de financiamento a um banco. A entidade financeira em causa já tem em conta a taxa de referência que lhe foi cobrada pelo banco central para conceder esse dinheiro. Se por sua vez este valor de referência tende a aumentar, naturalmente um crédito pessoal, tal como outra vertente crédito, fica mais cara. Assim, nem todas as carteiras vão conseguir suportar o custo de um crédito pessoal, ficando o seu acesso mais limitado.

Sempre que existem limitações na banca significa que o consumidor vai ter menos poder de compra, não apenas nos cartões de crédito que utilizamos diariamente que vão ficar com taxas mais altas, mas como também nos pequenos financiamentos que são procurados para remendar acontecimentos na nossa vida (obras, compra de carro, formação, saúde etc). “As taxas de juro de referência estão, atualmente, entre 2,25% e 2,50%, tendo subido gradualmente de forma a aumentar o custo do crédito para particulares e empresas e abrandar o consumo e o investimento.”

Tal como referido nesta rúbrica sobre o aumento das taxas de juro, prevê-se que seja um aumento ainda maior nos próximos meses, causando uma limitação no acesso a financiamento a todas as famílias. Ainda que esta possa ser uma melhor altura para conseguir financiamento para projetos pessoais do que daqui a uns meses, é necessário ter em conta que os custos dos bens essenciais vão aumentar, o que significa que tendencialmente vai existir menos poder de compra e menos fôlego na carteira.

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Artigo de
Equipa Paraeles

15-11-2022



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