Vivemos numa era em que gostamos de monitorizar tudo e mais alguma coisa. Se vamos correr, queremos saber qual a distância que percorremos ao detalhe. No ginásio fazemos questão de saber quantas calorias gastámos e quantas consumimos com determinado alimento. Por isso, não estranha que tenha sido lançado o iCon Smart Condom, um preservativo inteligente que analisa ao detalhe tudo aquilo que acontece durante uma relação sexual.
Este gadget, uma criação dos britânicos British Condoms, não é na realidade um preservativo convencional, apesar de assim ser descrito. Trata-se de um anel peniano colocado pelo homem na base do pénis antes de dar início a uma relação sexual. Só assim o iCon consegue fazer uma leitura detalhada da performance sexual masculina.
Entre os dados analisados pelo aparelho estão o número de penetrações, velocidade média das mesmas, temperatura da pele, variabilidade das posições, duração da relação sexual, calorias gastas e até frequência das relações sexuais. Os dados recolhidos são enviados para o smartphone do utilizador que poderá mesmo comparar a sua prestação com a de outros homens que utilizem a aplicação.
O iCon Smart Condom tem tamanho único (é ajustável) e tem um preço de 68,99 euros. E numa fase inicial apenas aqueles que têm iPhone poderão ter acesso aos dados recolhidos pois a aplicação está somente disponível na Apple Store. A inovação do iCon está também associada a uma grande dose de polémica.
Preservativo polémico
Os criadores do iCon fizeram questão de salientar que o aparelho consegue detetar doenças sexualmente transmissíveis. Algo que revoltou a comunica médica, com vários profissionais de saúde a alertar para o facto de serem necessárias análises microbiológicas detalhadas para ter um veredito correto.
Ignacio Moncada, chefe de Urologia e da Unidade masculina do Hospital Universitário Sanitas La Zarzuela, foi um dos médicos que se insurgiu contra o aparelho, realçando ainda outro problema que passa pela “ansiedade de desempenho”, disse ao jornal El Páis. “Sexo saudável exige que nós prestemos atenção aos sentimentos e ao prazer mútuo e não à auto-observação da resposta sexual”, conclui.