Luís Filipe Borges: “Gostava que um dia me recordassem como um bom tipo, de gargalhada franca, que deu o seu melhor para entreter”

Luís Filipe Borges: “Gostava que um dia me recordassem como um bom tipo, de gargalhada franca, que deu o seu melhor para entreter”

Entrevistas

Luís Filipe Borges: “Gostava que um dia me recordassem como um bom tipo, de gargalhada franca, que deu o seu melhor para entreter”

Conan O’Brien é uma das inspirações do anfitrião da próxima gala Troféus de Televisão e o humorista promete uma noite muito divertida.

Artigo de Bruno Seruca

08-06-2018

É já próximo domingo (10) que irá ter lugar a gala Troféus de Televisão 2018, evento organizado pela Impala que premeia aquilo que de melhor se faz na televisão portuguesa. Estivemos à conversa com Luís Filipe Borges, que irá apresentar o certame, para ficar a saber como irá ser a noite. Isto e muito mais numa conversa onde não podia faltar o humor que carateriza o mítico “Boinas”.

Foi escolhido para apresentar a gala Troféus de Televisão 2018. Tendo em conta o seu percurso ligado ao humor, as pessoas podem esperar um registo divertido?
Claro. E é natural, tendo em conta que a escolha oscilou entre mim e Pacheco Pereira. (risos)

Sobre o esperar que seja divertido: diariamente também estão sempre à espera de uma piada sua?
É algo que acontece a todos os comediantes. Um colega meu costuma vingar-se retorquindo: “Ai é cirurgião? Então extraia-me aí um rim p’ra eu ver”.

“É obviamente um grande orgulho estar associado a um evento com este prestígio”

A nível internacional é cada vez mais comum ver os grandes eventos apresentados por humoristas. Existe algum “segredo escondido” nesta fórmula de sucesso?
Julgo que não, os anglo-saxónicos por exemplo fazem-no há décadas infindas. De qualquer forma, é obviamente um grande orgulho estar associado a um evento com este prestígio. Espero que as pessoas passem um serão agradável, que não se engasguem e que o fato me caia bem. Ainda tenho duas idas ao gym pela frente!

Tem alguma referência internacional que sirva de inspiração?
Várias, sim. Conan O’Brien, Jon Stewart, o falecido Garry Shandling, e já agora, em Portugal, o inevitável: Mestre Herman José.

O evento irá premiar aquilo que de melhor se faz em televisão. Estamos a falar do seu meio e daquele onde trabalham muitos amigos seus. Estão muitos nomeados?
Nem por isso, tenho poucos amigos no meio. Conhecidos imensos, pessoas que admiro muitas, mas amigos contam-se pelos dedos. E é assim que deve ser.

Gostava de ver algum desses amigos premiado?
Gostava de ver premiados todos os que aliam o talento ao caráter, sejam meus amigos ou não.

“Falta-nos é dinheirinho. E talvez arriscar um pouco mais. Menos formatos importados, mais aposta no cérebro português”

E por falar em televisão, que análise faz ao panorama nacional? O que nos falta fazer?
Acho que só nos faltam meios porque criatividade e desenrascanço temo-los a rodos. Não nos faltam grandes argumentistas, grandes atores, grandes entertainers, grandes técnicos, uma diversidade de registos incrível num país tão pequeno, falta-nos é dinheirinho. E talvez arriscar um pouco mais. Menos formatos importados, mais aposta no cérebro português.

Conta com uma carreira brilhante, cheia de momentos de sucesso. Que balanço faz do percurso que construiu até hoje?
Muito obrigado pela amabilidade (risos). Estou precisamente em época de balanços, coisa natural quando se atinge os 40 anos (argh) e o resultado ‘ao intervalo’ é francamente positivo. Tenho construído um percurso versátil, com passagens ricas em várias plataformas, ou por outras palavras – nomeadamente as que a minha mãe diz quando está aborrecida comigo: “Tu não queres mesmo morrer estúpido!”. Pois não. Sou imensamente curioso sobre muitas áreas, e tudo o que quis tentar, experimentei pelo menos uma vez.

Arrepende-se de algum passo mal dado ou de uma opção que hoje o leve a pensar “e se tivesse seguido aquele caminho”?
Não. O que não significa, atenção, que não tenha cometido erros. Tenho a certeza absoluta que os cometi (e cometo) todos os dias ou, no mínimo, todas as semanas. Mas todos eles me permitiram aprender lições úteis e sobretudo continuar a dormir descansado. Gostava que um dia me recordassem como um bom tipo, de gargalhada franca, que deu o seu melhor para entreter, sabia comunicar com as pessoas e nunca atropelou ninguém para atingir um objetivo.

“Gostava que um dia me recordassem como um bom tipo e que nunca atropelou ninguém para atingir um objetivo”

Como perspetiva o futuro a cinco anos?
Tenho uma pequena empresa de conteúdos, chamada Advogado do Diabo, que no próximo ano apresentará a sua primeira grande produção. O meu sonho é que daqui a 5 anos possa ter alguns projetos em diversas plataformas e que consiga integrar nas equipas muitos dos jovens brilhantes que tenho conhecido em quase 10 anos como formador de Escrita Criativa.

Ainda tem a fantasia de adolescente que passa por apresentar um concurso generalista em horário nobre?
Já realizei a fantasia de apresentar um concurso – num pequeno canal e num projeto que me encheu as medidas. Mas, se um dia acontecer, não desperdiçaria a oportunidade. No entretanto, aprecio o magnífico trabalho que o meu amigo Pedro Fernandes tem vindo a fazer na RTP.

Fotos: Luís Godinho

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Artigo de
Bruno Seruca

08-06-2018



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