João Meira: “O objetivo é ser campeão no Valerenga”

João Meira: “O objetivo é ser campeão no Valerenga”

Entrevistas

João Meira: “O objetivo é ser campeão no Valerenga”

Defesa central português assinou pelo clube norueguês, depois de duas épocas de grande sucesso nos Chicago Fire, da MLS. Para já, as primeiras impressões da equipa e do país não poderiam ser melhores.

Artigo de André Cruz Martins

06-04-2018

O defesa central português João Meira assinou há poucos dias pelo Valerenga, um dos melhores clubes noruegueses, campeão nacional em cinco ocasiões. Depois de duas temporadas de grande sucesso na MLS, onde foi titular indiscutível nos Chicago Fire, o português de 30 anos ambiciona escrever uma nova página de sucesso na Escandinávia. Adepto do Belenenses desde que representou os azuis, entre 2012 e 2015, mostra-se satisfeito com a carreira da equipa na I Liga e admite voltar a jogar no campeonato português a curto prazo.

Quais as primeiras impressões sobre o Valerenga?
Não poderia estar a correr melhor. O Valerenga está a surpreender-me pela positiva. É um clube grande, muito organizado e que tem grandes condições de treino. O objetivo é ser campeão nacional.

Como surgiu a hipótese de se transferir para este clube norueguês?
Foi algo que surgiu de forma repentina. Estive alguns dias em Itália, em negociações com a Cremonese, mas não chegámos a acordo, devido a problemas na inscrição.

Ficou frustrado por não ter assinado pela Cremonese?
Sim, fiquei bastante frustrado, mas ainda não desisti de um dia jogar em Itália, quem sabe se isso não será possível no futuro.

E quais as suas primeiras impressões sobre a Noruega?
As melhores possíveis. Claro que ainda não deu para conhecer muito, mas já deu para perceber que se trata de um país muito organizado e limpo. Oslo é um pouco como a América em ponto pequeno, estou a gostar muito de viver aqui.

A comida é muito diferente da portuguesa?
Costumo comer no clube e não vejo grandes diferenças em relação à comida a que estou habituado.

Que balanço faz dos dois anos que passou nos Estados Unidos, ao serviço dos Chicago Fire?
Foi uma experiência fantástica. Joguei sempre como titular [59 encontros oficiais] e deu para viver numa realidade completamente diferente do que estava habituado. Fui sozinho para os Estados Unidos, por isso deu para pensar bastante na vida (risos). Adorei viver em Chicago, uma cidade que tem o lago Michigan, praia e parques muito bonitos, mas também um estilo de vida vibrante. Só não gostei do preço das refeições, num restaurante perfeitamente normal o preço por pessoa é em torno dos 70 dólares [cerca de 57 euros].

E quanto à MLS? Aqui em Portugal temos a ideia de que não se trata de um campeonato muito competitivo.
Isso não é verdade, há bom futebol e as equipas jogam ao ataque. Por outro lado, existe muito equilíbrio, provocado pela própria MLS, que impõe um teto salarial de 600 mil dólares anuais [cerca de 487 mil euros]. Na minha opinião, poucas equipas portuguesas conseguiriam ter sucesso aqui.

Foi companheiro de equipa de Schweinsteiger. Como foi conviver com o médio alemão?
Por acaso fui dos primeiros a recebê-lo nos Chicago Fire, pois ele sentou-se ao pé de mim no primeiro treino. Lembro-me que quis saber muitas coisas de Troia, porque o Silvino [treinador de guarda-redes no Manchester United, o anterior clube de Schweinsteiger] lhe disse que era um sítio muito bonito.

“Na minha opinião, poucas equipas portuguesas conseguiriam ter sucesso na MLS”

Em Chicago, cruzou-se com alguma estrela do mundo do desporto ou do espetáculo?
Sim, cruzei-me com o Stephen Curry [basquetebolista dos Golden State Warriors] no elevador de um hotel. Quando o vi nem liguei, mas pensei logo que deveria ser basquetebolista, devido à altura. Olhei melhor e percebi que era ele. Infelizmente, não consegui tirar uma selfie com ele, pois tinha deixado o meu telefone no quarto.

Ambiciona voltar a jogar em Portugal?
É possível, quem sabe se não surgirá algo no futuro. Vamos aguardar.

Representou o Belenenses entre 2012 e 2015 e já confessou que ficou adepto do clube. Está contente com a carreira da equipa esta época?
Quem diria que eu um dia seria adepto do Belenenses? Isto porque vivia em Almada e fiquei a torcer pelo Vitória de Setúbal. Mas a verdade é que depois de lá ter jogado fiquei adepto do Belenenses e tenho muitos amigos no clube. Tenho seguido a carreira da equipa e fiquei muito satisfeito com a vitória frente ao FC Porto, que garantiu a manutenção. Claro que é um clube que tem tido altos e baixos nos últimos anos, mas espero que agora consiga estabilizar.

“Cruzei-me com o Stephen Curry [basquetebolista dos Golden State Warriors]. Quando o vi nem liguei, mas pensei logo que deveria ser basquetebolista”

Como analisa o trabalho que tem sido efetuado pelo treinador Silas?
Tenho gostado muito, essencialmente porque é um treinador que revela grande ambição. Tem tudo para fazer um bom trabalho no Belenenses e espero que se vá mantendo por lá.

E como tem visto a luta pelo título?
Neste momento penso que a luta se restringe ao FC Porto e ao Benfica. O FC Porto esteve melhor durante boa parte da época e merecia o primeiro lugar que ocupava, mas o Benfica teve uma grande reação e conseguiu chegar ao primeiro lugar. Quem quer que seja o campeão será merecido.

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Artigo de
André Cruz Martins

06-04-2018



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